Educação

“Enem dos Concursos” agita a rotina de candidatos e professores para as provas que poderão atrair até 3 milhões de inscritos

O novo formato das provas agitou o mercado da educação no País

O governo federal divulgou no dia 10 o edital do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU). O certame, apelidado de “Enem dos concursos”, pretende preencher 6.640 vagas para 21 órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, autárquica, além das fundações. O novo formato das provas agitou o mercado da educação no País e mexeu tanto com professores, tanto com concurseiros. O concurso já está agitando a rotina de professores e candidatos que já começam os preparativos para as avaliações.

Com as inscrições abertas desde sexta-feira (19), e indo até 9 de fevereiro, o processo seletivo trouxe uma nova dinâmica para os concurseiros e para os profissionais que se dedicam à preparação dos candidatos.

O processo seletivo, previsto para acontecer no dia 5 de maio de 2024, promete atrair entre 2 a 3 milhões de inscritos, de acordo com estimativas do Ministério da Gestão e Inovação. e já está mobiliza os concurseiros e os educadores. Um dos fatores principais, além da estabilidade, são os salários atraentes, que podem chegar até R$ 22.921,71.

Organizadas pela banca Cesgranrio, as provas serão aplicadas em dois turnos, com divisão entre os diversos cargos e níveis de escolaridade. No turno da manhã, com duração de 2h30, candidatos de nível superior enfrentarão provas objetivas de conhecimentos gerais contendo 20 questões, além de uma prova discursiva focada no conhecimento específico do bloco temático escolhido. Para os candidatos de nível médio, o turno matutino inclui provas objetivas de 20 questões e uma redação.

Já na parte da tarde, que tem duração de 3h30, os candidatos de nível superior terão que responder a provas objetivas de conhecimentos específicos, com 50 questões. Para os de nível médio, a prova objetiva contará com 40 questões.

Este concurso é composto por oito blocos temáticos distintos, que abrange diversas áreas. O Bloco 1 é dedicado à Infraestrutura, Exatas e Engenharias; o Bloco 2 foca em Tecnologia, Dados e Informação; o Bloco 3 abrange áreas Ambiental, Agrário e Biológicas; o Bloco 4 trata de Trabalho e Saúde do Servidor; o Bloco 5 é voltado para Educação, Saúde, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos; o Bloco 6 aborda Setores Econômicos e Regulação; o Bloco 7 é dedicado à Gestão Governamental e Administração Pública; e, por fim, o Bloco 8 é destinado aos candidatos de nível intermediário.

A servidora pública federal Márcia Monteiro, 40 anos, é concurseira experiente desde 2010 — quando teve a primeira de suas três aprovações — e disputará uma vaga no CPNU. Ela se inscreveu para o Bloco 4, de olho na vaga de Auditora Fiscal do Trabalho.

Segundo Márcia, a possibilidade de escolher mais de um cargo em um único concurso, pode ter dispersado os interesses dos candidatos, tornando a competição menos acirrada. “Eu gostei muito, pois venho de uma cultura de vestibular, de concurso único, no qual fazíamos uma inscrição para uma instituição apenas. Isso acirrava bastante a disputa, fora o dinheiro que gastávamos com as inscrições. Realmente, o Enem dos concursos está nos permitindo fazer apenas uma inscrição e poder concorrer para mais de um cargo, aproveitando assim a nossa nota/conhecimento para outras oportunidades no serviço público,” disse.

Para se preparar, Márcia pretende manter o hábito de estudar três horas durante os dias da semana, conciliando com trabalho. E final de semana, passará de seis a oito horas estudando. A servidora prefere cursos on-line em vez da tradicional cadeira e quadro negro.

Aos concurseiros de primeira viagem, ela recomenda escolherem carreiras de acordo com suas afinidades acadêmicas. “Devem levar em consideração as disciplinas que ele tem mais afinidade. Alguns cargos aceitam qualquer formação superior, mas não adianta o concurseiro tentar algo em exatas, quando ele é excelente em humanas. Eu não domino raciocínio logico/matemática, contabilidade, logo eu não tentaria área bancária. Ainda que me dispusesse a tentar aprender, levaria anos. Nos três concursos em que passei, escolher carreiras com as quais tinha afinidade e que me permitiram otimizar a rotina de estudo. Consegui alcançar os primeiros lugares em todos. Tempo é algo que o concurseiro trabalhador tem pouco”, ressaltou.

Para Márcia, um dos maiores desafios do CPNU é a mudança na cultura dos concurseiros, especialmente em relação às disciplinas exigidas. “Muita gente torceu o nariz porque não cobraram algumas disciplinas clássicas, como português para alguns cargos. Mas vai ter discursiva e para isso, eu tenho que saber escrever bem, interpretar bem, redigir texto de forma coerente e coesa”, explica.

A candidata de primeira viagem Maria Eduarda Santos da Conceição, de 18 anos, enfrentou recentemente o desafio do Enem e agora se prepara para uma nova jornada: o Concurso Nacional Unificado. A jovem se inscreveu no grupo 8, dedicado aos profissionais com ensino médio.

Eduarda acredita que o Enem dos concursos será um desafio maior que o tradicional. “Para mim é mais difícil, pois são disciplinas que eu nunca havia estudado antes”, disse.

Na preparação para o Enem, a jovem optou por estudar sozinha, utilizando recursos on-line. “Só estudei em casa. Eu fiquei bem despreparada, pois eu não tinha uma base boa. Eu estudava pelo Youtube, sem orientação de ninguém, apenas com força de vontade e aulas gratuitas”, contou.

Para a próxima prova, ela pretende adotar uma outra estratégia. “Estou fazendo curso on-line”, conta. As informações são do jornal O Dia.

Fonte: osul.com.br

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