
Artigo de Célia Ladeira – “O apoio ao Estado da Palestina”
* Por Célia Ladeira
O último fim de semana foi marcado pela realização de passeatas e manifestações em diversos países em prol de liberdade para a Palestina. Free Palestine era o grito ouvido em passeatas no Canadá e em várias cidades dos Estados Unidos, na Alemanha, na Turquia. Jovens, crianças e idosos participaram das manifestações em que se condenava os bombardeios à faixa de Gaza. No Egito, uma partida de futebol do Al Hilal foi interrompida pela manifestação a favor da Palestina, por todos os presentes no estádio.
Em Nova York, um grupo de judeus fez uma passeata carregando bonecos amarrados em panos, simbolizando as mortes de mais de 40 mil crianças palestinas por bombardeios israelenses. Os excessos cometidos por Israel começam a provocar protestos entre os próprios israelenses.
Segundo informou a BBC de Londres, um membro importante do gabinete de guerra de Israel acusou o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, de não dizer a verdade sobre os objetivos militares em Gaza. Trata-se do general Gade Eisenkot. Segundo ele, aqueles que defendem a “derrota absoluta” do Hamas não estão “falando a verdade”.
A pressão das ruas e de diversos embaixadores de países islâmicos e não islâmicos traz a tona de novo a criação de um Estado para a Palestina. O primeiro-ministro Netanyahu rejeita publicamente a pressão dos Estados Unidos para a criação de um futuro Estado palestino e insiste que a ofensiva deva continuar “até a vitória completa” contra o Hamas. O problema é que para acabar com o Hamas, Israel mata a população civil da Palestina.
Palestina, um país
A Palestina não é reconhecida como um país pelas Nações Unidas, mas como um “Estado observador não membro” desde o final de 2012. Isso se deve a uma série de fatores, entre os quais falta de apoio internacional, sobretudo de superpotências como os Estados Unidos. Quais os principais conflitos da chamada questão Palestina?
Ela é enraizada em séculos de conflitos na região do Oriente Médio, incluindo a dominação otomana e a Declaração Balfour. A Questão Palestina tem causas profundas, incluindo disputas territoriais, nacionalismo, questões religiosas, influência internacional e extremismo tanto israelense quanto palestino.
O Secretário geral da ONU, Antônio Guterres, afirma que já passou da hora de a Palestina ser reconhecida como um país. Para os palestinos, sobreviver é, no momento, o fato mais importante. Evitar os bombardeios, receber as doações que ficam na fronteira com o Egito, restabelecer mínimas condições de viver em Gaza, são as urgências do momento. As cartas estão na mesa da guerra. Haverá prudência e boa vontade para encaminhar uma solução duradoura?
* Célia Ladeira é jornalista, professora universitária e PhD em Comunicação



