
Caixa 2 é comum em todas as unidades da PM”, revela ex-tenente coronel, gerando controvérsia.
José Afonso Adriano Filho afirma que há desvio de verbas para caixa 2 em todas as unidades gestoras da PM
Acusado de chefiar um esquema de corrupção em licitações da Polícia Militar (PM), o ex-tenente coronel José Afonso Adriano Filho afirmou, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, que
há desvio de verbas em todas as unidades gestoras da corporação usando um esquema de caixa 2.
“Todas as unidades (gestoras executoras da PM) têm caixa 2. Todas (as 104) têm. Quem falar que não tem está mentindo”, disse Adriano Filho ao jornal.
O ex-PM está preso na Penitenciária 2 de Tremembé, no interior de São Paulo, desde 2017. Ele cumpre pena de 52 anos por peculato (quando um funcionário público, em razão de seu cargo, desvia bens ou recursos públicos para seu benefício ou de terceiros).
Segundo a denúncia, o ex-tenente-coronel criou empresas que eram escolhidas como vencedoras de pregões da PM, que ele mesmo organizava. No entanto, as compras e serviços nunca eram concretizadas. José Afonso Adriano Filho e outros agentes apenas recebiam o dinheiro que saía dos cofres da corporação.
O ex-tenente coronel disse ainda que, entre 2005 e 2012, um total de 27 oficiais foram beneficiados, e era ele quem organizava os repasses de dinheiro como uma espécie de “BNDES dos coronéis”. Os valores ultrapassaram os R$ 2 milhões.
De acordo com o ex-PM, ele fazia os cheques em nome de uma empresa chamada Comercial das Províncias, para despistar qualquer suspeita. O coronel tentou fazer acordo de colaboração premiada em 2017, mas a negociação não foi para frente.
A denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP) aponta que José Afonso Adriano Filho desviou mais de R$ 7 milhões, fraudando 207 licitações com uma empresa e 120 vezes com outra empresa.
À medida que as investigações progridem, a complexidade do caso se aprofunda. Relatos adicionais de ex-oficiais e funcionários da PM corroboram as afirmações do ex-tenente coronel, pintando um quadro de uma prática enraizada e sistêmica de gestão de fundos extraoficiais. Esses novos depoimentos levaram a uma maior escrutínio público sobre as operações financeiras dentro da Polícia Militar.
As concorrências públicas envolviam obras diversas, compra de materiais de informática e manutenção de rede telefônica do quartel, mas nunca ficou comprovado que os serviços e compras eram de fato efetivados. O tenente-coronel foi preso em 2017, em Itu, também no interior paulista.
No centro de uma investigação sem precedentes, um ex-tenente coronel da Polícia Militar fez uma declaração impactante ao afirmar que todas as unidades da PM operam com um “caixa 2”. Essa revelação trouxe à tona uma série de questões sobre a integridade e a transparência dentro da corporação. Segundo ele, o uso de fundos não declarados é uma prática comum e disseminada, utilizada para diversos fins, incluindo operações encobertas e pagamento de bonificações extraoficiais aos oficiais.
A denúncia gerou um debate público acalorado sobre as práticas financeiras na Polícia Militar. Especialistas em segurança pública e analistas políticos estão divididos sobre as implicações dessas afirmações. Enquanto alguns argumentam que a existência de um caixa 2 pode ser uma necessidade dada a natureza complexa do trabalho policial, outros veem isso como uma evidência clara de corrupção sistêmica e falta de accountability na instituição. A opinião pública também está polarizada, com uma parcela da sociedade defendendo a polícia e outra exigindo reformas profundas.
Em resposta às alegações, autoridades governamentais e a alta cúpula da Polícia Militar iniciaram uma investigação interna. Promete-se uma apuração rigorosa para verificar a veracidade das alegações do ex-tenente coronel e, se confirmadas, identificar os responsáveis e aplicar as medidas disciplinares cabíveis. Além disso, discussões sobre reformas na gestão financeira e na transparência da corporação ganharam força, com propostas que vão desde auditorias independentes até a reestruturação total dos procedimentos fiscais internos.
Fonte: metropoles.com




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