
No Dia do Trabalhador, milhares vão às ruas na França contra reforma de Macron
Após três meses e meio de uma luta incansável contra a reforma da previdência, os franceses continuam protestando contra a aprovação da medida. Nesta segunda-feira (01º/05), Dia Internacional do Trabalhador, a França enfrenta uma nova onda de manifestações em centenas de cidades do País.
Diversas cidades francesas têm atos que vão de fogueiras nas ruas até conflitos com a polícia com bombas de gás lacrimogêneo. Em Paris, um rio de tinta foi jogado em frente a um hotel de luxo, e em toda cidade ouve-se e o barulho das panelas batidas pelos manifestantes.
Em Lyon, a polícia precisou intervir e arremessou bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes. Em Paris, a polícia francesa precisou vistoriar um hotel de luxo – o Ritz – e os arredores do Ministério da Justiça, que tiveram o chão pintado por um líquido com tinta laranja em Paris. A polícia deteve ativistas do grupo “Última Reforma”, que defende o meio ambiente, depois que espalharam o líquido laranja no chão do hotel e da repartição pública.
Em Toulouse, no sudeste francês, manifestantes ligados a sindicatos fizeram uma grande passeata. Para completar, milhares de pessoas levaram panelas para as ruas. Tudo para fazer muito barulho contra a impopular reforma da previdência de Emmanuel Macron, que ampliou de 62 para 64 anos a idade mínima para se aposentar.
A reforma da previdência precisou passar pelo Conselho Constitucional após ser deferida pelo presidente Emmanuel Macron sem o aval do Parlamento. Apesar de ter vetado alguns itens, a Corte aprovou o aumento da idade de aposentadoria, que passará de 62 para 64 anos até 2030, bem como o aumento dos anos de contribuição.
Com isso, os manifestantes pedem uma nova deliberação, tal como previsto no artigo 10º da Constituição, com base em consulta centrada nas questões laborais. Segundo os sindicatos, essa seria uma escolha de sabedoria, apaziguando a relação entre a população e o governo.
Apesar da mobilização, é difícil que Macron repense sobre a reforma da previdência, já que vem tentando instalar a medida desde 2019. O líder defende que a reforma é essencial em meio aos países europeus, uma vez que a França conta com a idade mais jovem para se aposentar, além de ser necessária para garantir o futuro do sistema previdenciário, que, segundo o líder, deve enfrentar um déficit nos próximos anos.



