
Protestos na França já deixaram mais de mil policiais feridos
Mais de mil policiais ficaram feridos nos protestos contra a reforma da Previdência em toda a França. Foi o que afirmou neste domingo (02/04) o ministro Francês do Interior, Gérald Darmanin. Em entrevista ao Journal du Dimanche, o ministro disse que 1.093 policiais e bombeiros sofreram ferimentos devido aos atos de violência nas manifestações.
Segundo Darmanin, foram contabilizados 2.579 incêndios criminosos e 316 ataques a edifícios públicos. Ele não forneceu os dados referentes aos manifestantes, mas disse que 36 policiais estão sendo investigados por uso excessivo de força.
O ministro, no entanto, rejeitou acusações de que as forças de segurança tenham, de modo geral, abusado do uso da força contra os manifestantes, e ressaltou que o direito à manifestação não inclui atos de violência.
Ele alega que a polícia interviu somente quando os protestos se tornaram violentos, e que a legitimação do uso da força, “mesmo que de maneira robusta”, se justificaria como reação á violência extrema provocada por “baderneiros profissionais” cujo objetivo seria “destruir propriedades e matar policiais”.
Há semanas a França vem sendo tomada por protestos, desde que o governo do presidente Emmanuel Macron decidiu impor o aumento da idade para aposentadoria no país, de 62 para 64 anos.
As novas regras estabelecem que a idade de aposentadoria deve aumentar três meses a cada ano a partir de setembro, até atingir o patamar de 64 anos em 2030. A reforma prevê ainda um aumento do tempo de contribuição para que os trabalhadores tenham direito à aposentadoria completa, de 42 para 43 anos.
Os sindicatos convocaram uma nova greve nacional para a próxima quinta-feira (06/04), enquanto as paralisações ainda continuam a causar transtornos em todo o país, gerando perturbações no tráfego aéreo e no fornecimento de combustíveis aos postos de gasolina.
A nova líder da CGT, o segundo maior sindicato do país, prometeu continuar a luta contra a reforma da Previdência. Sophie Binet, de 41 anos, é a primeira mulher eleita como líder da entidade, fundada em 1895.
Ao assumir a secretaria-geral da CGT, ela prometeu que não haverá trégua com o governo, mas aceitou o convite da primeira-ministra francesa, Elizabeth Bourne, para participar das negociações.
Binet, no entanto, deixou claro que manterá a reivindicação pela suspensão da reforma, e que também devem ser discutidos outros temas referentes às condições de trabalho no país.
A reforma de Macron fez com que, pela primeira vez em muitos anos, a esquerdista CGT se unisse ao sindicato CFDT, de tendência moderada, para organizar as greves que tiveram a adesão de milhões de pessoas em toda a França.
As duas entidades planejam novas ações em antecipação à decisão do Tribunal Constitucional sobre as reformas, anunciada para o dia 14 de abril.
Fonte: Deustche Welle



