Saúde

Estudo mostra que aulas que começam muito cedo prejudicam desempenho dos alunos

As aulas matinais na faculdade que se iniciam em horário muito cedo podem estar causando como consequência um aumento na baixa frequência e nas notas baixas. É o que sugere um novo estudo liderado pelo pesquisador Joshua Gooley, professor PhD associado no departamento de neurociência e distúrbios comportamentais da Duke-NUS Medical School, em Cingapura.

Em sua pesquisa, o Dr. Joshua Gooley avalia que casos de faculdades que iniciam as suas aulas um pouco mais tarde impulsionaram a melhoria tanto na frequência dos alunos como nas notas. O professor Joshua e os demais pesquisadores do projeto afirmaram que esse foi o resultado de um cenário em que os alunos dormiam mais, e com isso se tornaram mais propensos a comparecer e prestar atenção às aulas, o que levou ao registro de melhores notas.

“As aulas matinais provavelmente prejudicam o aprendizado devido aos efeitos no presenteísmo – estar em sala de aula, mas não conseguir ter o melhor desempenho devido à sonolência – e absenteísmo”, disse o professor Joshua Gooley.

“Isso é alarmante, visto que o objetivo da educação formal é preparar nossos alunos com o conhecimento e as habilidades para serem aprendizes e trabalhadores bem-sucedidos”, disse Gooley. “As universidades devem evitar agendar aulas matinais obrigatórias às 8h, porque são incompatíveis com a saúde do sono ideal e o desempenho do aprendizado. Aulas matinais forçam muitos alunos a tomar uma decisão ruim – faltar à aula e dormir mais, ou dormir menos para chegar à aula. dormir e aprender”, completou o professor.

Para o estudo, Gooley e seus colegas usaram registros de conexão Wi-Fi para coletar dados de quase 23.400 estudantes universitários em Cingapura, com objetivo de atestar se as aulas matinais afetavam a frequência.

Eles também analisaram dados sobre os padrões diurnos e noturnos de mais de 39.400 alunos, para verificar se as aulas matinais estavam relacionadas a acordar mais cedo e dormir menos. Os pesquisadores então analisaram as notas de quase 34.000 alunos, com foco em compreender se as aulas matinais eram o fator preponderante para afetar as suas notas.

O estudo levou à descoberta de que as primeiras aulas estavam empatadas com menor frequência, já que muitos alunos dormiam depois dessas aulas. Os alunos que frequentaram as aulas mais cedo perderam cerca de uma hora de sono, como observaram os pesquisadores. Por último, mas não menos importante, os alunos com aulas matinais em mais dias da semana tiveram uma média de notas mais baixa.

Os pesquisadores agora estão investigando as diferenças entre frequência às aulas, sono, bem-estar e desempenho acadêmico entre madrugadores e noturnos. Dr. Gooley disse que espera que os notívagos se saiam pior nas aulas matinais do que os madrugadores. Seu último relatório foi publicado recentemente na revista Nature Human Behavior.

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