
Representante da Igreja Ortodoxa do Peru diz que Padre Kelmon foi vítima de uma mentira
Padre Kelmon Luis recebeu os graus menores iniciais do diaconato na igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia, e depois foi ordenado sacerdote por Dom Ioannis, de Santa Catarina, na Igreja Ortodoxa das Américas, e além disso, exerceu seu sacerdócio e seu ministério com diversas funções pastorais, sendo vítima de uma mentira de que seria um falso padre. A afirmação foi feita ao site InfoflashBr pelo Padre Miguel Phellype, atual vigário episcopal da Igreja Ortodoxa do Peru no Brasil e Pároco do Santuário Nossa Senhora dos Aflitos. O religioso afirmou ser testemunha do bom trabalho missionário e pastoral exercido por Padre Kelmon, tanto na Ilha de Maré, na Bahia, como realizando casamentos, batizados e missas na Igreja Ortodoxa, em São Paulo.
O testemunho de Padre Miguel Phellype é mais um componente a favor de Padre Kelmon no processo que está movendo contra a Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia no Brasil. A ação é movida por conta de uma nota divulgada pela igreja no dia 14 de setembro de 2022, no auge do primeiro turno da corrida eleitoral, afirmando que Kelmon Luis não era membro da instituição em nenhuma das paróquias e que nunca havia sido seminarista ou membro do clero em nenhum dos três graus da ordem (diácono, presbítero/padre e bispo).
Na verdade, como lembra o próprio Padre Miguel em entrevista ao Infoflashbr, Padre Kelmon foi ordenado por Dom José Faustino, Bispo Mor da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia. Fotos anexadas ao processo mostram Padre Kelmon sendo ordenado naquela igreja, e também ao lado do arcebispo da Igreja Sirian, Dom Tito Paulo George Hanna, que assinou o documento afirmando que não conhecia Kelmon Luis, e que ele sequer era padre. No processo, Padre Kelmon pede uma indenização de R$ 500 mil por danos morais, além de cobrar direito de resposta.
Leia abaixo a entrevista de Padre Miguel ao site Infoflashbr:
Infoflashbr – Padre Kelmon foi vítima de um boato na campanha eleitoral de que jamais teria exercido o sacerdócio, e que inclusive teria se autoproclamado padre. O senhor confirma que Padre Kelmon exerceu o sacerdócio?
Padre Miguel – Padre Kelmon é sim sacerdote, e exercia seu sacerdócio na Ilha de Maré, fazendo um trabalho pastoral, uma missão, fazia casamentos, batizados, missas em São Paulo. Então isso é uma mentira. Nós somos testemunhas de que enquanto ele exerceu o seu ministério na Igreja Ortodoxa do Peru. Ele de fato exercia funções pastorais.
Infoflashbr – A imprensa, na época da campanha, afirmou que ele teria sido expulso da Igreja Sirian. O senhor desmente essa informação de que ele teria sido expulso?
Padre Miguel – Sim, a imprensa falou que ele teria sido expulso da Igreja Sirian Ortodoxa, mas o fato é que o Padre Kelmon não foi expulso. A verdade é que ele pediu o seu desligamento. Tanto da Igreja Sirian Ortodoxa quanto da Igreja Ortodoxa do Peru. Mas claro que quando a pessoa sai, é natural que a Igreja emita uma nota para dizer que a partir daquele momento aquele clérigo está desligado, então não é autorizado a fazer mais nada em nome daquela jurisdição. Mas depois o Padre Kelmon solicitou ingresso em uma outra jurisdição, e aí a partir de então só essa jurisdição pode responder por ele. Mas na Igreja Sirian Ortodoxa ele era seminarista, depois diácono. Eu fui ordenado padre na Igreja Sirian de Antioquia pelo Dom Tito, e o Padre Kelmon foi ordenado por Dom José Faustino. Então a partir do momento em que uma Igreja, uma jurisdição diz que ele nunca foi nada, nunca foi seminarista, isso é uma mentira. A verdade é que Padre Kelmon foi seminarista e depois subdiácono na Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia, e depois Diácono Evangelista e Sacerdote na Igreja Ortodoxa das Américas. E mais tarde ele foi para a Igreja Ortodoxa do Peru, onde exerceu muito bem o seu ministério, trabalhou nos serviços pastorais na Ilha de Maré e em São Paulo. Muitas funções virtuosas ele desempenhou enquanto esteve conosco.
Infoflashbr – O que o senhor poderia nos dizer em defesa do trabalho dele como sacerdote?
Padre Miguel – Eu conheço o padre Kelmon, desde a época de seminarista dele. Acompanhei o seu trabalho, a sua atuação, as suas atividades, sempre admirei a sua paixão pelo Evangelho, em defender os nossos valores, o combate ao aborto, a defesa da vida, e tantos outros valores. Todos estamos nos aperfeiçoando, aprendendo sempre, e o Padre Kelmon, enquanto esteve conosco, desempenhou um papel singular e efetivo a vida pastoral. Portanto, sabemos que quando é para defender valores, muitos sacerdotes, em nome da conveniência, se escondem, não querem aparecer, não querem confrontar, até para não gerar brigas que eles possam perder alguma espécie de status. Mas o Padre Kelmon não. A minha admiração por ele é grande, porque ele sempre foi uma pessoa íntegra. A vida moral dele é ilibada, nunca houve questionamento a respeito da vida pessoal, da vida particular dele. Muito pelo contrário. Ele sempre foi muito reto, uma pessoa constante.
Infoflashbr – O senhor acha que o Padre Kelmon deve seguir com o processo contra a Igreja Sirian Ortodoxa?
Padre Miguel – O que eu tenho a dizer ao Padre Kelmon é que ele continue sua luta. Essas pedradas vêm mesmo. Árvore que dá fruto toma pedrada. Eu sei que não foi fácil, pra nenhum de nós, até porque a Igreja Ortodoxa do Peru foi muito atingida, foi taxada de igreja falsa, de que não era ortodoxa, e tantas outras intitulações que esses pseudocanônicos disseram. Mas quando eu os chamei para um debate, pra eles provarem que nós não somos ortodoxos, infelizmente não tiveram a capacidade de fazê-lo, até porque, contra fatos não há argumentos. Então nós somos sim parte inseparável da igreja de nosso Senhor Jesus Cristo, fundada por ele no ano 33, expandida pelos santos apóstolos, e a Igreja Ortodoxa do Peru ela veio através da Igreja Malankara, das missões na França, e a partir dessas missões, a igreja se expandiu, chegando até o Peru, e dali instituiu-se a sede apostólica do Peru, que hoje está presente no Brasil. Padre Kelmon atuou com dedicação e muita entrega ao sacerdócio, e deve sim seguir com sua luta.



