
Mauro Vieira diz que relação entre Brasil e EUA não mudará mesmo se Trump vencer
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirmou que a relação do Brasil com os Estados Unidos não mudaria no caso de uma eventual vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais de 2024. O chanceler disse que os países vão comemorar o bicentenário do estabelecimento de relações diplomáticas no ano que vem com diferentes eventos.
“A relação com os Estados Unidos é importantíssima e prioritária. Ano que vem vamos celebrar 200 anos de relações bilaterais, vamos ter uma série de iniciativas para celebrar essa marca”, disse Vieira em entrevista publicada pelo portal Metrópoles nesta terça-feira (26/12).
“Temos um comércio importante, Estados Unidos tem o maior estoque de investimentos no Brasil, é uma relação muito importante. Ganhará quem o povo americano escolher, nós vamos continuar a dialogar com o novo governo ou o governo reeleito do presidente Biden, porque os interesses entre os dois países são muito grandes, são importantes e vai se continuar conversando”, afirmou o ministro.
Em relação ao novo presidente da Argentina, Javier Milei, Vieira disse que, durante seus encontros, o libertário informou a ele que o governo argentino tem interesse em manter em “mais alto nível” a relação com o Brasil. Vieira representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na posse de Milei, em 10 de dezembro.
“Estive duas vezes com ele [Milei]. Logo depois que ele voltou do Congresso para a Casa Rosada, ele me recebeu, antes de qualquer outro visitante estrangeiro ou chefe de Estado. Tivemos uma conversa rápida, mas muito cordial, em que ele disse também que a relação da Argentina com o Brasil é muito importante, fundamental, e que ele quer manter essa relação no mais alto nível, com todo o entendimento e transparência dos 2 lados.”
Vieira também comentou as tensões envolvendo a região de Essequibo, na Guiana, que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pretende anexar. O ministro disse esperar que as eleições na Venezuela sejam realizadas de forma livre, conforme acordado em outubro em compromisso mediado pelo Brasil, EUA, México, Colômbia, Rússia e Países Baixos.
O venezuelanos vão às urnas para escolher presidente no 2º semestre do ano que vem. Próximo de Lula, Nicolás Maduro está no poder desde 2013. Em maio deste ano, Lula o recebeu no Palácio do Planalto com honras de chefe de Estado.
“Houve um grande acordo entre o governo e a oposição, que foi assinado em Barbados há 2 ou 2 meses. O presidente Lula designou o embaixador Celso Amorim para representá-lo nessa assinatura, que é um passo importante para as eleições. Tudo está caminhando bem. É importante dizer que, entre as iniciativas de política externa desse ano, mandamos um embaixador, reabrimos a Embaixada na Venezuela e vamos agora reabrir os consulados”, declarou Vieira.
Fonte: Metrópoles



