
Acaba hoje prazo para que seja encontrado o submarino que visitava destroços do Titanic
Deve se esgotar na manhã desta quinta-feira (22/06) o tempo limite para que seja encontrado o submarino desaparecido que perdeu contato com sua nave-mãe no último domingo (18/06), quando desceu até os destroços do Titanic com cinco pessoas a bordo, já que o oxigênio da embarcação está acabando rapidamente.
À medida que uma frota internacional de navios e aeronaves de monitoramento avança com os esforços de busca e resgate, cada segundo que passa torna menos provável que os passageiros do Titan sejam encontrados com vida.
Mesmo que o Titan esteja localizado no Atlântico Norte, pode ser quase impossível alcançá-lo se ele estiver preso no fundo do oceano a cerca de 3.800 metros de profundidade, próximo aos destroços do Titanic.
As cinco pessoas a bordo do submarino são o piloto Stockton Rush, CEO da OceanGate, a empresa que lidera a expedição; o explorador e bilionário britânico Hamish Harding; Shahzada e Suleman Dawood, pai e filho de uma importante família paquistanesa; e o explorador submarino francês e especialista em Titanic Paul-Henry Nargeolet.
Alternativas para resgate do submarino
1 – Encontrado na superfície
O Titan tem sistemas de segurança embutidos que o ajudam a subir à superfície em caso de emergência, incluindo sacos de areia e tubos de ferro que podem ser liberados, bem como um balão inflável. O sistema foi projetado para funcionar mesmo que todos a bordo estejam inconscientes.
Esse seria o melhor cenário possível, mas mesmo assim isso não quer dizer necessariamente que no final sejam encontrados sobreviventes, disse Lawrence Brennan, professor da Escola de Direito da Universidade de Fordham.
A escotilha do Titan não pode ser destravada por dentro, “portanto, eles terão que abrir a escotilha e os parafusos por fora e resgatar as pessoas que estão lá dentro. Esse é o melhor cenário, mas não tenho certeza de que seja provável”, disse Brennan, que é capitão aposentado da Marinha e esteve envolvido na investigação e no julgamento de casos envolvendo navios de resgate de submarinos.
2 – Encontrado no fundo do oceano, mas sem sobreviventes
Se o Titan estiver preso no fundo do oceano, os ocupantes acabarão ficando sem oxigênio e desenvolverão hipotermia devido ao frio extremo, de acordo com especialistas.
Nargeolet, que fez mais de 30 viagens aos destroços do Titanic, explicou ao Titanic Channel em uma entrevista de 2019 os possíveis perigos de ficar preso em outro submersível, chamado Nautile, nas profundezas do oceano.
Há oxigênio suficiente para quatro ou cinco dias, mas isso não ajuda porque é improvável que a ajuda chegue nesse período, disse ele. O maior problema no fundo do oceano é a temperatura da água, que é de aproximadamente 33 graus.
3 – Preso em algum lugar
Ficar preso em cordas, linhas ou redes é outra possibilidade.
Há muitas cordas de pesca antigas no oceano e existe o perigo de emaranhamento das cordas ou cabos do Titanic, disse Greg Stone, um cientista oceânico da Califórnia que já esteve em submarinos semelhantes.
“Cordas que boiam no mar, se presas nas duas extremidades (do submarino), podem fazer um grande arco entre as águas, que você nem percebe”, disse ele. “Eu mesmo já passei por elas e fui pego sem saber que estavam lá.”
Nesse caso, o submarino deveria ter um veículo submersível operado remotamente com cortadores que pudessem sair e cortar os cabos, disse Stone.
O piloto da missão, Rush, estava ciente destes perigos.
“O que mais me preocupa são as coisas que me impedem de chegar à superfície – saliências, redes de pesca, perigo de de ficar enredado”, disse ele em uma entrevista à CBS News no ano passado, acrescentando que um bom piloto pode evitar esses perigos.
4 – Encontrado intacto com sobreviventes
Uma aeronave de vigilância militar canadense detectou ruídos subaquáticos na área do naufrágio do Titanic, o que pode indicar que pelo menos alguém está vivo no Titan e tentando pedir ajuda.
“Temos que manter a esperança como parte do que estamos fazendo como comunidade humana para encontrar os exploradores e levá-los à segurança”, disse Joyce Murray, Ministra da Pesca, Oceanos e Guarda Costeira do Canadá, na quarta-feira, 21.
A Guarda Costeira dos EUA disse que não sabia dizer o que estava causando os ruídos, mas que está fazendo buscas na área onde eles foram detectados.
Os ruídos são encorajadores porque as tripulações dos submarinos que não conseguem se comunicar com a superfície são ensinadas a bater em seu casco para serem detectadas pelo sonar.



