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Alta no preço do arroz impulsiona consumo de macarrão e massas

Recente pesquisa conduzida e divulgada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) revelou que o arroz, um dos principais itens do prato brasileiro, bateu um aumento no preço de 16% em 2023. De acordo com dados da pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), revelou que, somente no último mês, o preço do arroz registrou um aumento significativo de 3,41%.
A situação segue a tendência do cenário mundial: o produto alcançou, no último mês de agosto, o maior preço em 15 anos, com um avanço de 9,8% em um mês, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
A Índia, responsável por 40% do fornecimento global de arroz, é apontada como a principal vilã para esse quadro, após adotar, em julho, restrições às exportações. No Brasil, as chuvas e os ciclones que atingiram, nos últimos meses, o Rio Grande do Sul, estado que é o maior produtor de arroz do país, atrapalharam a colheita e atrasaram o plantio da próxima safra.
A queda nas vendas vem se acentuando em todo o país, ainda de acordo com a pesquisa da Abras. O pacote de 5kg de arroz chega a atingir a marca de R$ 30, um patamar de preços não observado desde o auge da pandemia. Em contrapartida, um levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias, Pães & Bolos Industrializados (Abimapi) divulgado em outubro, mostra que o macarrão está entre os 10 produtos mais consumidos no país. Segundo o estudo, 44,5% dos brasileiros consomem massas semanalmente.
Outra pesquisa realizada pela Horus, para o período de janeiro a setembro de 2023, reforça a tendência. Ela indica que a categoria de massas secas alimentícias/macarrão esteve presente em 8,3% das notas fiscais, com uma média de itens 20% maior e tíquete médio 23,6% maior que o mesmo período do ano passado. O Brasil é o terceiro maior país produtor de macarrão do mundo, de acordo com a Organização Mundial de Pasta (IPO).
Já de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), cebola, alface e batata ficaram mais caras nos principais mercados. O estudo faz uma análise dos preços praticados de frutas e hortaliças em novembro, em 11 Centrais de Abastecimento (Ceasas) pelo país.
A mudança da região fornecedora de cebola, do Centro-Oeste e Sudeste para o Sul do país, continua a exercer pressão de alta nos preços de comercialização do bulbo, que registrou uma alta na média ponderada de 38,01%. Aliado a esse deslocamento, em novembro, as chuvas registradas no Rio Grande do Sul impactaram na colheita do produto, tendo momentos de total interrupção dela, o que diminuiu a oferta aos mercados. Além de influenciar a colheita, as precipitações afetaram a qualidade da cebola.
No caso da alface, a elevação das cotações ficou na média ponderada de 26,85%, apesar da ligeira alta de 1,1% na quantidade ofertada da folhosa nos mercados atacadistas, mesmo com chuvas e altas temperaturas. Esse incremento pode ser atribuído ao aumento de demanda, situação que é verificada quando existe aumento de temperatura. Já para a batata, o término da safra de inverno não compensada ainda pelos envios da safra das águas, proporcionou menores quantidades ofertadas em novembro. O declínio da oferta foi de 1,3% em relação a outubro, o que impulsionou os preços para cima, chegando a uma alta na média ponderada de 18,84%.
Em contrapartida, o tomate teve queda nos preços de 10,28% na média. A redução pode ser explicada pela oferta elevada. Nas 11 Ceasas analisadas, a quantidade disponível do produto bateu novo recorde e caracterizou-se por ser o maior nível do ano.
A cenoura foi outro produto que registrou baixa na média ponderada das cotações, mas em percentual mais ameno, em torno de 2,6%, mesmo com a comercialização da raiz se mantendo nos maiores níveis registrados no ano. A boa oferta pulverizada pelo país não exerce pressão na região produtora de Minas Gerais e influencia na diminuição dos custos pela proximidade entre o fornecedor e consumidor, refletindo em menores preços.
Entre as frutas, o mamão teve a maior queda registrada na cotação. Assim como a cenoura, o aumento da demanda na maioria das Ceasas analisadas não trouxe reflexos de alta nos preços por conta da boa oferta tanto da variedade papaya quanto da formosa. O forte calor contribuiu para acelerar o amadurecimento da fruta e, assim, elevar a quantidade de produto disponível nos atacados.
Para a maçã, os estoques estão baixos, porém houve queda na demanda devido à concorrência com as frutas de fim de ano, refletindo em uma diminuição dos preços de 3,43% na média. Enquanto isso, a melancia registrou estabilidade nas cotações. A maior procura pela fruta devido ao calor foi compensada pela maior oferta do produto devido, principalmente, à ascensão da produção no sul baiano.
Já a banana ficou mais cara em 13,84% na média ponderada. A demanda se manteve regular, porém a quantidade de produto nas Ceasas analisadas foi reduzida, influenciada pela menor produção nas principais regiões produtoras. No norte de Minas Gerais, é período de entressafra e, no Vale do Ribeira, em São Paulo, foi registrado dificuldades na logística de distribuição decorrentes de inundações no início de novembro. Alta também para a laranja, chegando a 6,97% na média, explicada pelo aumento da demanda interna, seja pelas altas temperaturas verificadas ou pela procura da indústria produtora de suco. Este cenário contribuiu para que os preços pagos aos produtores atingissem níveis recordes.
De janeiro a novembro deste ano, já foram exportadas 998,77 mil toneladas de frutas, volume superior em 10,99% em relação a igual intervalo de tempo de 2022. Esse resultado ocorreu por causa, principalmente, do tempo mais propício, que contribuiu para o crescimento da produtividade; maiores investimentos em algumas culturas; melhores condições logísticas; entre outros fatores.
Os principais estados exportadores foram o Rio Grande do Norte (24%), Pernambuco (19%), Bahia (18%), São Paulo (14%) e Ceará (11%), e as principais frutas embarcadas foram mangas, limões e limas, melões, uvas e melancias. O maior envio de produtos ao exterior nos onze meses do ano gerou um aumento de 27,73% no faturamento, chegando a US$ 1,19 bilhão, quando comparado com o valor registrado no período de 2022.
Fonte: Monitor Mercantil
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