Analista diz que propostas radicais de Milei fizeram argentinos aderirem a Sergio Massa

Com 98% das urnas apuradas, o atual ministro da Economia Sergio Massa obteve 36,6% dos votos, contra 30% do ultraliberal Javier Milei.

Para o analista Claudio Fantino, o êxito eleitoral de Sergio Massa se deve mais às características de seus adversários do que aos seus atributos como candidato.

Milei, que era favorito nas pesquisas a obter uma vitória fácil, por exemplo, acabou assustando os argentinos com suas propostas, como a promessa de dolarizar a economia argentina, romper o comércio com a China e o Brasil, liberar a venda de órgãos para transplantes, bem como privatizar os serviços públicos, entre outras ideias neoliberais.

“Muitos argentinos se assustaram com algumas das propostas mais radicais de Milei, e por mais que Massa fosse um ministro da Economia que não atingiu suas metas […], muitas pessoas preferiram votar nele e não em Milei”, afirmou Fantino.

Com Milei, a Argentina faria parte de uma lista de países em que os candidatos outsiders (Donald Trump, Jair Bolsonaro, Pedro Castillo) chegaram ao poder nos últimos anos com um discurso crítico do establishment e prometendo mudanças profundas.

De acordo com o analista argentino, mesmo com a diferença de apenas seis pontos percentuais entre os dois candidatos, a sensação é que “Massa tem um grande trunfo” nas mãos pela reviravolta inesperada, enquanto Milei chegará debilitado para o segundo turno.

“Agora é Massa quem tem o vento a favor, e Milei é quem deve se rearmar e tentar reverter a derrota, porém a última palavra ainda não foi dita. Tudo pode acontecer e ninguém pode ainda cantar vitória”, concluiu.

As eleições presidenciais da Argentina serão definidas em segundo turno, a ser disputado no dia 19 de novembro pelo atual ministro da Economia, Sergio Massa, e o ultraliberal Javier Milei.

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