Cotidiano

Apenas 2 a cada 10 mulheres vítimas de violência têm caso registrado

Medo da vítima e falta de capacitação dos profissionais estão entre motivos da subnotificação

Uma pesquisa inédita feita pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com uma organização global de saúde pública, concluiu que de cada 10 mulheres vítimas de violência atendidas no serviço de saúde, apenas 2 têm o caso registrado.

O medo da vítima e a falta de capacitação dos profissionais estão entre os motivos da subnotificação. Hoje, o Brasil é o quinto país com mais violência de gênero do mundo. Uma pesquisa do Instituto Datafolha, realizada a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostra que 50 mil mulheres sofrem algum tipo de violência a cada dia no país.

Já o estudo encabeçado pela UFMG aponta que, nos postos de saúde, somente 19,5% dos casos de violência contra a mulher são registrados e repassados às autoridades sanitárias. Dos que são notificados, 80% são de vítimas que chegam já em estado grave.

Nádia Machado de Vasconcelos, pesquisadora da Escola de Enfermagem da universidade mineira, destaca que “muitas vezes as mulheres chegam e não contam — principalmente a violência psicológica, violência que acontece dentro de casa. Mas também tem o profissional que não sabe que tem e como notificar”, ressaltou a especialista.

Pensando nisso, os pesquisadores desenvolveram um aplicativo, em parceria com o Ministério da Saúde, para orientar esses profissionais. O Notiviva ainda facilita o processo para registrar a violência. Ele é gratuito e está disponível para uso em todo o país.

Ainda de acordo com o levantamento feito pela UFMG, os casos de agressão subnotificadas têm oito vezes mais chances de evolução para feminicídios. Por isso, além de serem acolhidas, as mulheres também devem ser orientadas a procurar a polícia.

Fonte: SBT News

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