
Após operação, Bolsonaro ficou dois dias na Embaixada da Hungria
Vídeos de câmeras de segurança divulgados por jornal norte-americano mostram Bolsonaro dentro da Embaixada da Hungria, em Brasília
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria se passado dois dias na Embaixada da Hungria,
em Brasília (DF), poucos dias depois de ter sido alvo de operação da Polícia Federal (PF). A informação é do jornal norte-americano New York Times.
Em 8 de fevereiro, a Polícia Federal deflagrou a Operação Tempus Veritatis, para investigar organização criminosa que atuou em uma suposta tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. Entre os alvos também estavam pessoas do entorno do ex-presidente.
Na ocasião, a PF recolheu o passaporte de Bolsonaro. Como mostrou a coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, o documento foi recolhido após um longo debate dentro (PF) de que havia o risco de o ex-presidente fugir do país.

Quatro dias depois da operação, Bolsonaro chegou à embaixada, conforme registraram as câmeras de segurança do local. A reportagem destaca que dentro do local Bolsonaro não poderia ser preso, caso fosse expedido contra ele algum mandado de prisão.
Bolsonaro chegou ao local no dia 12 de fevereiro, uma segunda-feira. A estadia durou até quarta-feira seguinte, portanto, 14 de fevereiro. Além das câmeras de segurança, o jornal norte-americano contou com imagens de satélite que mostram o carro de Bolsonaro no local.
Em contato com a coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, Bolsonaro confirmou que esteve na embaixada.
O Metrópoles entrou em contato com a defesa do ex-presidente e com a Embaixada da Hungria, mas não houve retorno até o momento. O espaço segue aberto.
Enquanto esteve na presidência, Bolsonaro demonstrou alinhamento ao primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán. Em fevereiro de 2022, após reunião, o húngaro chegou a afirmar que ele e Bolsonaro têm convergência de valores conservadores, como a defesa da família.
“Considero seu país o nosso pequeno grande irmão. Pequeno se levarmos em conta as nossas diferenças nas respectivas questões territoriais. E grande pelos valores que nós representamos, que podem ser resumidos em quatro palavras: Deus, pátria, família e liberdade. Comungamos também da defesa da família, com muita ênfase. Uma família bem estruturada faz com que a sua respectiva sociedade seja sadia. Não devemos perder esse foco”, disse Bolsonaro na ocasião.
O ex-presidente Jair Bolsonaro permaneceu na Embaixada da Hungria em Brasília por dois dias. Esta informação foi divulgada pelo jornal norte-americano “New York Times” e confirmada por Bolsonaro. Durante a estadia, que ocorreu dias após a operação policial, o ex-presidente não poderia ser preso caso houvesse um mandado de prisão contra ele. A defesa de Bolsonaro declarou que sua estadia estava relacionada ao seu bom relacionamento com o primeiro-ministro húngaro.
A situação de Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, ganha contornos interessantes com sua breve estadia na Embaixada da Hungria. Este movimento sugere uma procura por segurança e uma estratégia legal, talvez antecipando desafios jurídicos.
A escolha da Hungria, um país com o qual Bolsonaro tem laços políticos favoráveis, não é coincidência e mostra como a diplomacia e a política internacional podem se entrelaçar em situações delicadas.
Além disso, este episódio levanta questões sobre as implicações diplomáticas e as relações entre Brasil e Hungria. A permanência de Bolsonaro na embaixada reforça a complexidade das relações internacionais em contextos políticos desafiadores.
Esta situação também evidencia como figuras políticas podem recorrer a meios diplomáticos em tempos de crise pessoal ou política.
A escolha de Bolsonaro em buscar refúgio na Embaixada da Hungria pode ser vista como um reflexo de sua situação política e legal atual. Essa atitude indica possíveis preocupações quanto à sua segurança e aos processos judiciais que possa enfrentar.
A Hungria, sendo um aliado político, ofereceu um local seguro para Bolsonaro durante um período turbulento, destacando as nuances da política internacional e as alianças formadas durante seu mandato.
Este incidente na embaixada também coloca em perspectiva as limitações e potencialidades da imunidade diplomática. Enquanto oferece proteção temporária, não resolve os desafios legais de longo prazo que Bolsonaro pode enfrentar.
A interseção entre política, direito e relações internacionais é claramente evidenciada neste caso, mostrando como as decisões políticas podem ter repercussões amplas e complexas.
Fonte: metropoles.com



