* Por Célia Ladeira
Enquanto o embaixador dos Estados Unidos, o diplomata Anthony Blinken, corre de um lado para o outro, conversando com dirigentes do Catar, do Egito e de Israel, em busca de conseguir um cessar fogo com o Hamas, dando início a uma paz duradoura nos conflitos de Gaza, no Líbano, militantes do Hezbollah se preparam para novos conflitos com o exército de Israel.
O diplomata norte-americano conseguiu uma minuta de cessar fogo apresentada pelo Hamas que propôs uma pausa nos combates em três etapas: na etapa 1 haveria a troca de reféns, especialmente de pessoas idosas e jovens; na etapa 2, Israel começaria a retirada de suas tropas da região palestina; e na etapa 3, haveria a troca de restos mortais para proceder aos rituais de enterros.
Apesar do apoio do governo norte-americano ao plano, nada ainda foi decidido. O governo de Israel ainda fala em eliminar o Hamas, mas algumas ideias já circulam entre os dirigentes israelenses. Uma dessas ideias é a proposta de criar um novo sistema de defesa para a faixa de Gaza, incluindo moradores palestinos e israelenses.
As ideias para a gestão do território de Gaza já começam a circular entre os bombardeios que ainda castigam áreas da região. No momento, a maioria dos moradores de Gaza estão acampados em barracas de lona na fronteira com o Egito. A ONU criou uma agência para garantir a sobrevivência dos refugiados, afastando funcionários que foram acusados por Israel de terem beneficiado o Hamas nos ataques de outubro.
Se os acordos ainda são incertos em Gaza, na fronteira com o sul, os ataques entre israelenses e rebeldes libaneses do Hezbollah crescem a cada dia. O Hezbollah surgiu depois de Israel ter invadido uma parte do sul do Líbano em 1982, em resposta a uma série de ataques de militantes palestinos contra Israel. Hoje, os militantes do Hezbollah dão suporte aos guerrilheiros do Hamas.
* Célia Ladeira é jornalista, professora universitária e PhD em Comunicação
