* Por José Machado
Enquanto em Nova York diplomatas faziam o balanço de uma resolução aprovada de cessar fogo na guerra da Palestina, Israel dava a sua resposta à ONU: impediu qualquer comunicação entre a Palestina e o mundo exterior, destruindo estações de energia elétrica, postes, não poupando sequer os hospitais. As emissoras de televisão mundiais na noite de sexta-feira mostravam a nova realidade de Gaza: uma escuridão total.
Nem diplomatas da Organização das Nações Unidas, nem parentes de brasileiros retidos na fronteira com o Egito, nem repórteres da imprensa puderam estabelecer contato com Gaza. Foi uma madrugada de pânico para os moradores da Palestina. Quando o sábado amanheceu, os moradores foram para as ruas tentando descobrir o tamanho do estrago.
Mas Israel segue realizando ataques aéreos ininterruptos na Faixa de Gaza neste sábado (28/10) após uma noite de bombardeios intensos “em uma escala que nunca vimos antes” e que provocaram “caos total”, segundo o repórter da BBC no território, Rushdi Abualouf. As primeiras imagens que chegaram aos demais países mostram um cenário de completa destruição, com edifícios em ruínas e enormes pilhas de entulho, que algumas pessoas tentam limpar. Em uma delas, um homem carrega o corpo de uma criança. Ainda não se sabe o número de vítimas do bombardeio noturno.
A Decisão da ONU
O resultado da votação de uma resolução para acabar com a guerra em Gaza mostrou um total de 120 votos a favor da trégua, 14 países votando contra e 45 se abstendo. Os países da América do Sul acompanharam o voto do Brasil a favor da suspensão dos ataques. Países europeus do centro sul do continente, como França, Portugal, Bélgica e Espanha também acompanharam o voto brasileiro.
Apoiaram ainda a suspensão dos bombardeios todos os países de população árabe ou muçulmana, como Turquia, Líbano, Arábia Saudita, Líbano, além de países asiáticos, como Vietnam e Bangladesh. China e Rússia apoiaram a decisão também. Apenas 14 países apoiaram os Estados Unidos e Israel, votando contra a suspensão da guerra.
A votação representou uma clara manifestação contra as medidas que têm sido tomadas pelo governo de Israel, que tenta atingir o Hamas, mas está destruindo a população civil palestina. As mortes já chegam a sete mil na última verificação.
* José Machado é jornalista
