Bolsa de valores cai após ata do Fed e marca 12 quedas seguidas pela primeira vez

Após operar em alta na maior parte do dia, a Bolsa inverteu a tendência e passou a cair nesta quarta-feira (16/08), em um dia no qual a atenção dos investidores se voltou para a divulgação da ata do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA).

Investidores ficaram mais preocupados após a ata, por considerar que a autoridade monetária dos EUA ainda não se sente confortável para indicar o fim do ciclo de alta de juros na região.

Com a maior aversão a risco por parte dos agentes financeiros, o Ibovespa encerrou os negócios em queda de 0,49%, aos 115.591 pontos, marcando a 12ª queda consecutiva. Desde o início do Ibovespa, em 1968, foi a primeira vez que foram registradas tantas baixas em sequência, segundo levantamento da Economatica.

O desaquecimento da atividade econômica indicada pelo IBC-Br do Banco Central e preocupações renovadas com o setor imobiliário da China contribuíram para o pessimismo entre os investidores ao longo dos últimos dias.

O movimento da Bolsa nesta quarta acompanhou a trajetória das ações nos Estados Unidos. Na Bolsa americana, o S&P 500 recuou 0,76%, o Nasdaq cedeu 1,15% e o Dow Jones teve desvalorização de 0,52%.

No câmbio, o dólar oscilou em leve queda frente ao real durante boa parte da sessão, mas a tendência perdeu força e a moeda americana fechou o dia estável, cotada a R$ 4,9869 na venda. No mercado global, o dia foi de fortalecimento da divisa dos EUA, com alta de 0,25% do DXY, que mede o desempenho do dólar contra uma cesta de moedas de países desenvolvidos.

O nervosismo dos agentes financeiros por conta do cenário internacional também influenciou os juros futuros, que embutem a expectativa do mercado para os rumos da política monetária e fecharam o pregão em alta. O contrato para janeiro de 2025 subiu de 10,50% para 10,52%, enquanto o título para 2027 foi de 10,21% para 10,25%.

Na ata referente à última reunião do Fomc (o Copom dos EUA), quando os juros americanos subiram 0,25 ponto percentual, para o maior patamar em 22 anos, os dirigentes do BC americano ficaram divididos quanto à necessidade de mais aumentos na taxa básica de juros.

Segundo o documento, alguns participantes citaram o risco de elevações adicionais de juros para a economia dos EUA, ainda que a maioria tenha sinalizado que a prioridade segue sendo a luta contra a inflação.

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