O último boletim publicado, nesta sexta-feira (27/10), pelo Escritório para Assuntos Humanitários das Nações Unidas, apontou que as cidades de Rafah e Khan Yunis, no Sul da Faixa de Gaza, foram as que registraram o maior número de mortes, nas últimas 24 horas, causadas pelos bombardeios de Israel.
Nestas cidades se encontram um grupo com 32 pessoas monitoradas pelo governo brasileiro, que está dividido entre Rafah (8 crianças, 4 mulheres e 4 homens) e Khan Yunes (9 crianças, 5 mulheres e 2 homens).
”Entre os ataques mais mortais relatados nas últimas 24 horas estão os ataques aéreos contra estruturas residenciais em Khan Yunis (40 mortes relatadas em dois ataques aéreos separados) e em Rafah (12 mortes relatadas, incluindo cinco crianças), enquanto as operações de busca e resgate estão em andamento para dezenas de pessoas desaparecidas sob os escombros”, afirma o boletim do Escritório da ONU.
Segundo a Representação do Brasil na Cisjordânia, os brasileiros relataram intenso bombardeiro na última noite ”com uso de algum produto que afeta a respiração: ‘parece gás lacrimogêneo’”.
Pelo menos 7.326 palestinos, incluindo 3.038 crianças, foram mortos em ataques israelenses no enclave desde 7 de outubro, informou o Ministério da Saúde em Gaza, controlada pelo Hamas, nesta sexta-feira.
Brasileiros em Gaza recebem ajuda do governo
Os cerca de 30 cidadãos brasileiros que estão abrigados em duas cidades no sul da Faixa de Gaza enquanto aguardam resgate estão recebendo ajuda da Embaixada brasileira. O Itamaraty enviou a doação de 40 purificadores de água e kits de medicamentos para a população da Faixa de Gaza. Parte está em Khan Yunis, outra parte está em Rafah, onde fica a passagem para o Egito, em uma casa alugada pela Embaixada brasileira.
“Queria agradecer muito o povo brasileiro. Todos que estão nos acompanhando pelas redes, pelo jornal, pelas notícias, pela internet. Obrigada a todos por estarem conosco e, também, à Embaixada brasileira”, disse Shahed al-Banna, de 18 anos, que está em Rafah.
Já Hasan Rabee, de 30 anos, palestino naturalizado brasileiro, afirmou que equipes destacadas pela Embaixada entregaram água e alimentos na residência onde ele está hospedado, em Khan Yunis.
“Há muito tempo a gente estava sem água para beber. Obrigado, governo do Brasil, embaixador do Brasil, equipe da Embaixada que conseguiu mandar para nós a alimentação, bebida e bastante água. Dá para bastantes dias. A gente estava louco para beber água boa”, disse Rabee em vídeo compartilhado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência.
