Alta dos preços e economia fraca não impedem que a elite que ocupa o topo da pirâmide da riqueza global continue expandindo seus gastos. Consumidores de itens de luxo com alto valor agregado esperam aumentar seus gastos em 40% no próximo ano.
O dado consta da nona edição do estudo True Luxury Global Consumer Insight 2023, realizado pelo Boston Consulting Group (BCG) em parceria com a Fundação Altagamma. A pesquisa, realizada com mais de 12 mil consumidores de artigos luxo em 12 países.
Millenials e geração Z serão 75% do mercado de itens de luxo
O número total de consumidores de itens de luxo no mundo é estimado em 370 milhões. Em 2022, apenas 500 mil ocupavam o topo da pirâmide. Menos de 10% dos consumidores respondem por 10% das vendas.
Outra descoberta do levantamento foi em relação às gerações de consumidores. Segundo o BCG, millenials e jovens da geração Z representaram um valor de mais de € 200 bilhões, o dobro do valor de 2016. Até 2026, esse público representará 75% do mercado.
Apesar do ânimo dos clientes, 34% dos brasileiros acreditam que haverá uma recessão econômica no país, e 65% disseram que a alta inflação terá uma longa duração.
Além destes, o BCG ainda identificou outro fator desafiador na indústria: a digitalização. Segundo a consultoria, menos de 50% dos consumidores estão satisfeitos com suas experiências digitais em geral.
China tem os consumidores mais ávidos para gastar
Apesar dos riscos econômicos, a tendência de crescimento e otimismo pós-pandemia é impulsionada principalmente pela China, país que está 50% acima da média global em número de consumidores de alto padrão que pretendem aumentar os investimentos em produtos ou experiências luxuosas.
O BCG também analisou a aderência da inteligência artificial generativa no setor de luxo. De acordo com a pesquisa, a ferramenta está sendo priorizada por muitos executivos, já que oferece oportunidades únicas na indústria, impactando principalmente áreas de marketing, personalização e experiência do cliente.
Além disso, a tecnologia pode estender o tratamento “VIC” (sigla para Very Important Consumer, ou Consumidor Muito Importante) a outros possíveis clientes de luxo, que representam 350 milhões de pessoas.
No Brasil, se destacam o metaverso e Web3, com a virtualização de tendências de moda e identidade. Segundo o BCG, espera-se que as plataformas ganhem força devido ao maior apetite dos consumidores por experiências online.
O mesmo movimento é visto no Oriente Médio e na Índia, por exemplo, com jovens entusiastas de tecnologia e usuários que buscam escapar de uma realidade negativa com uma imersão no universo virtual impulsionados pelo objetivo de ajudá-los a prosperar para tornar o mundo um lugar melhor.
Fonte: Monitor Mercantil
