
Segundo Datafolha, 69% dizem que mulheres devem ser principais cuidadoras de filhos recém-nascidos
Resultado está em pesquisa mais recente do instituto Datafolha
Pesquisa Datafolha revela que, na visão da maioria dos brasileiros, as mulheres devem ser as principais responsáveis por cuidar de filhos recém-nascidos. Essa afirmação foi chancelada por 69% dos brasileiros.
Ao mesmo tempo, segundo a pesquisa Datafolha divulgada nesta semana, 67% acham que homens e mulheres deveriam ter direito ao mesmo período de licença do trabalho para cuidar do bebê.
A carga de responsabilidade de trabalho, mas também dentro de casa com múltiplas tarefas e cuidados com as crianças, recai sobre as mulheres. Diante desse cenário, 71% dos homens concordam que mulheres são as principais responsáveis pelos recém-nascidos e 67% das mulheres também concordam com a afirmação.
A maioria também endossa que licença-maternidade e paternidade deveriam ter o mesmo período. Foram 64% de homens e 69% das mulheres. No Brasil, as mães têm direito a um período de 120 dias enquanto os pais podem tirar 5 dias corridos após o nascimento do filho.
A pesquisa de opinião foi realizada nos dias 19 e 20 de março, com 2.002 pessoas de 147 municípios de todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
A idade tem impacto nos resultados. Entre as pessoas de 60 anos ou mais, 83% concordam que as mulheres devem cuidar dos recém-nascidos, ante 54% dos jovens de 16 a 24 anos.
Por outro lado, 71% dos mais jovens, entre 16 e 24 anos, concordam que homens e mulheres devem ter o mesmo período de licença do trabalho. Dos entrevistados com 60 anos ou mais, 68% são favoráveis.
Em relação ao nível de escolaridade, 86% dos entrevistados que têm até o ensino fundamental concordam a que mulher deve cuidar dos filhos assim que nascem, contra 52% daqueles que têm curso superior.
Já 76% dos entrevistados com ensino fundamental concordam com o mesmo período de licença para mulheres e homens, ante e 56% têm ensino superior.
Datafolha verifica maior densidade de respostas entre mais pobres
A afirmação de que as mulheres devem cuidar dos recém-nascidos é mais endossada entre os mais pobres: 74% do que ganham até dois salários mínimos contra 47% dos que ganham mais de dez salários mínimos.
O mesmo acontece entre os que concordam que homens e mulheres devem ter o mesmo tempo sem trabalhar depois que têm filho: são 74% entre aqueles que ganham até dois salários e 51% entre os que ganham mais de dez.
Os empresários são os que menos concordam que homens e mulheres deveriam ter a mesma licença de trabalho (50%).
Entre as regiões do país, 76% dos entrevistados no Nordeste concordam que mulheres e homens deveriam ter direito ao mesmo tempo de licença, ao passo que as pessoas também concordam mais que as mulheres devem ser as principais responsáveis pelo cuidado dos filhos recém-nascidos (75%).
O Sudeste é o que menos concorda com as duas afirmações: 62% para licença de homens e mulheres e 65% sobre as mulheres serem as principais cuidadoras.
Datafolha pergunta também sobre licença-paternidade
A licença-paternidade no Brasil é de cinco dias corridos. Mas, para 76% dos brasileiros, esse direito deveria ser ampliado. É o que aponta pesquisa Datafolha.
O direito de o pai tirar licença do trabalho após ter um filho foi incluído na Constituição de 1988. Além dos cinco dias previstos na lei, existe também o programa voluntário Empresa Cidadã, no qual os estabelecimentos inscritos dão mais 15 dias, totalizando 20 dias de licença.
A maioria dos entrevistados, 83%, também concorda que a licença-maternidade deveria aumentar de 120 para 180 dias.
O levantamento foi realizado nos dias 19 e 20 de março, com 2.002 pessoas de 147 municípios de todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
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Fonte: Folhapress



