Direitos trabalhistas e mudanças climáticas na pauta de encontro entre Lula e Biden em setembro

Durante a Assembleia-Geral da ONU em Nova York, no dia 19 de setembro, os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos Estados Unidos, Joe Biden, devem lançar uma iniciativa a favor dos direitos trabalhistas. O convite foi feito a Lula pelo presidente norte-americano, com o propósito de usar um tema que criou uma ligação entre os dois durante a reunião que tiveram em fevereiro, em Washington, e para tentar reaproximar o Brasil dos Estados Unidos e do Ocidente.

O encontro deverá tratar também de mudança climática, outro tema de convergência entre ambos, pelo menos em princípio. Em meio ao verão mais quente da história no Hemisfério Norte, Biden lançou nesta quinta-feira (27/07) um programa de US$ 20 bilhões para fomentar a inovação energética.

Lula e Biden devem se encontrar em setembro

Lula vem conseguindo bons resultados no combate ao desmatamento na Amazônia, que diminuiu 34% no primeiro semestre deste ano. Integrantes do governo dos Estados Unidos, incluindo o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, propõem a vinculação entre a política externa e questões nacionais, como é o caso dos direitos trabalhistas.

O eleitorado formado por trabalhadores sindicalizados, tradicionalmente democratas, deslocou-se em parte para o ex-presidente Donald Trump, por ressentimentos causados pela globalização, pela imigração e por valores conservadores.

Depois da reunião em fevereiro na Casa Branca, Lula adotou posições hostis aos Estados Unidos e à Europa, responsabilizando ambos pela guerra na Ucrânia. Em Pequim, na visita a Xi Jinping, em abril, Lula também defendeu transações em moedas nacionais para reduzir a influência do dólar.

Na cúpula dos Brics entre 22 e 24 de agosto, em Johannesburgo, na África do Sul, deve ser lançado um sistema multilateral de pagamentos em moedas locais.

A coordenação entre o Brasil e a Rússia em sua projeção sobre o Sul Global ficou evidente nesta semana, com a presença da ex-presidente Dilma Rousseff, atual presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o Banco dos Brics, na cúpula entre o líder russo, Vladimir Putin, e governantes africanos, em São Petersburgo.

Tudo isso causa nos EUA e na Europa a sensação de que o Ocidente está perdendo o Brasil para o eixo liderado por China e Rússia, que eles encaram como uma disputa entre democracias e autocracias. A ideia parece ser relembrar Lula de seu histórico de luta pelos direitos humanos.

Com informações da CNN

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