Documento afirma que hidrogênio sustentável deve movimentar US$ 350 bilhões no mundo até 2030

O mercado de hidrogênio sustentável, verde ou com compensação de carbono (CCUs), deve movimentar globalmente US$ 350 bilhões até 2030. No Brasil podem circular US$ 28 bilhões, cerca de 8% do montante total. O levantamento faz parte do documento “Hidrogênio verde: a nova fronteira dos mercados de energia”, desenvolvido pela Thymos Energia.

A maior parte esse montante deve vir da rota verde de produção do energético. “O mercado de fornecimento de H2V é sensivelmente influenciado por dois fatores: a disponibilidade do potencial de energia elétrica renovável e a oferta do recurso hídrico. O Brasil tem os dois em abundância, por isso deve concentrar metade dos investimentos latinos e 8% dos aportes mundiais”, explica Jovanio Santos, head de Estratégia e Novos Negócios da Thymos.

O estudo da Thymos demonstra que todo esse potencial de investimentos vem dos projetos já previstos para 2030, com o objetivo de atender a diversas demandas. “O hidrogênio pode ajudar a descarbonizar o setor de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário e marítimo; grande parte do segmento industrial; também os segmentos de mineração e siderurgia e ainda pode ser usado para gerar aquecimento e produzir energia elétrica)”, afirma Santos.

O documento também aponta desafios para que os mercados de hidrogênio verde nacional e mundial se estabeleçam. Atualmente, o maior deles é diminuir o preço do energético para US$ 2 por quilo.

“O custo da energia elétrica representa mais de 50% do custo de produção do H2V, sendo desafiador alcançar esse patamar, ainda em países que possuam grandes potenciais de energia renovável”, avalia João Carlos Mello, CEO da Thymos. O Brasil tem conseguido tornar a eletricidade solar e eólica, abundantes aqui, cada vez mais competitivas, o que torna um dos destinos mais promissores para essa produção.

Para transformar todo esse potencial em realidade, o estudo da Thymos aponta a necessidade de criação de uma estratégia nacional envolvendo vários aspectos, e que precisar ser estruturada em conjunto com sociedade e demais stakeholders, como os produtores, consumidores, investidores e especialistas.

“Em termos regulatórios, o Brasil já deu os primeiros passos para a implementação de marcos estratégicos que incentivam o desenvolvimento do mercado de hidrogênio nacional, porém, precisa avançar na criação de políticas estruturantes e planejadas para estabelecer essa indústria por aqui”, conclui Mello.

Além de projetar oportunidades de futuro, o white paper da Thymos Energia analisou o status atual do mercado de hidrogênio no Brasil e mundo. Também traz uma explicação técnica de como funciona esse mercado e traça um panorama da regulação energética no país, com marcos regulatórios nacionais.

Fonte: Energia Hoje

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