
Dólar fecha abaixo de R$ 5 pela primeira vez desde junho de 2022
O otimismo em relação ao cenário de inflação e de juros no Brasil, somado ao ambiente positivo no exterior, fez o dólar estender as perdas ante o real nesta quarta-feira (12/04), com a moeda norte-americana atingindo o menor valor de fechamento desde junho do ano passado.
Pela manhã, o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos informou que o índice de preços ao consumidor subiu 0,1% no mês passado, desacelerando após avançar 0,4% em fevereiro. O resultado elevou a expectativa de que o Federal Reserve não seja agressivo em sua próxima decisão de política monetária, o que deu força a ativos de maior risco, como o real.
No Brasil, permaneceu no mercado o otimismo com o controle da inflação, após dados favoráveis do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) na terça-feira, e em relação ao novo arcabouço fiscal. O resultado foi mais um dia de pressão de baixa para a moeda norte-americana.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9408 reais na venda, em baixa de 1,34%. Esta é a menor cotação desde 9 de junho de 2022, quando havia fechado em 4,9166 reais. Desde junho do ano passado o dólar não encerrava abaixo de 5 reais.
Nas últimas semanas, avaliações positivas sobre o novo arcabouço fiscal já vinham retirando força do dólar ante o real, com investidores vendo risco menor de descontrole da dívida pública no Brasil.
Na sessão de terça-feira, a divulgação de dados favoráveis do IPCA – que subiu 0,71% em março, ante 0,84% em fevereiro – e a percepção de que o novo arcabouço fiscal pode ser mais robusto já haviam levado o dólar a recuar mais de 1%.
Nesta quarta-feira, o otimismo continuou, inclusive com o auxílio do exterior, já que o dólar também recuou ante outras divisas de países emergentes, embora o real fosse o destaque do dia.
Durante a tarde, o Banco Central informou que o fluxo cambial para o Brasil na primeira semana de abril foi positivo em 2,553 bilhões de dólares.



