Em Belém, Lula e Macron se reúnem com agenda centrada na pauta ambiental

Macron concedeu ao cacique Raoni a maior honraria francesa durante visita a Belém

O presidente da França, Emmanuel Macron, desembarcou em Belém, no Pará, para a primeira visita ao Brasil, onde participou de reunião bilateral com o presidente Lula (PT) em agenda centrada na preservação ambiental e questões climáticas nesta terça-feira (26/07).

A visita prevê uma viagem de barco, de aproximadamente 68 km, até uma fábrica de chocolates no meio da Ilha do Combu, no Dia Nacional do Cacau.

O presidente francês também deve conceder ao cacique Raoni a maior honraria francesa e se reunir com lideranças indígenas.

Preparação para a COP 30, em Belém

A visita a Belém ocorre no contexto de preparação para a cidade sediar a próxima Conferência do Clima da ONU, a COP 30, em 2025.

O presidente Lula chegou por volta das 15h30; já Macron por volta das 16h. Eles seguiram para a Estação das Docas – um dos principais pontos turísticos de Belém.

Na Estação, Lula e Macron foram recebidos pelo governador Helder Barbalho (MDB) e embarcaram rumo à ilha do Combu.

Durante a viagem, com duração de aproximadamente vinte minutos, foi realizada uma reunião para discutir acordos.

Um esquema de segurança envolvendo as três esferas do país foi montado para receber as autoridades.

Agenda ambiental em pauta

Os presidentes discutiram o bioma amazônico, tema de interesse entre os dois países – a Guiana Francesa, departamento ultramarino da França, possui cerca de 1,4% da floresta no território.

A agenda foi centrada na preservação ambiental e na questão climática, no desenvolvimento econômico local, na promoção do comércio e da integração das áreas fronteiriças e nas comunidades indígenas.

Líderes da comunidade de diferentes etnias estavam no local visitado para uma conversa com os dois presidentes sobre desafios e questões enfrentadas, e que o Brasil e a França podem ajudar.

O governo francês destacou que a França quer ser “um parceiro de referência” na preparação do Brasil para a COP, prevista para novembro de 2025.

Segundo a embaixada da França no Brasil, a visita dá aos dois líderes a oportunidade de compartilhar pontos de vista sobre alguns desafios globais, como: questões de proteção da biodiversidade, transição ecológica e descarbonização das economias.

Programação no Combu

Ainda na Ilha do Combu, Macron condecorou o cacique Raoni com a Legião de Honra, a mais alta honraria da França. O líder indígena é reconhecido internacionalmente pela luta que articula pelos povos indígenas.

A Ordem Nacional da Legião de Honra (Ordre National de la Légion d’Honneur, em francês) foi instituída em 20 de maio de 1802 por Napoleão Bonaparte para recompensar os méritos eminentes militares ou civis daquela nação.

1ª vez na América Latina
O presidente francês Emmanuel Macron deve passar por quatro cidades: além de Belém (PA), Itaguaí (RJ), São Paulo (SP) e Brasília (DF).

De acordo com fontes da diplomacia francesa, a agenda no país aborda temas como investimentos bilaterais e discussões sobre questões climáticas e ambientais.

Nos encontros fechados, os chefes de Estado conversam sobre temas como o acordo Mercosul – União Europeia (UE), a guerra entre Rússia e Ucrânia, a defesa da democracia, estratégias de combate à desinformação e responsabilização das plataformas digitais.

Esquema de segurança
Um forte esquema de segurança já foi montado pela Marinha do Brasil, em Belém, para o recebimento das autoridades, envolvendo forças do município, Estado e do Governo Federal.

Outras agendas de Macron no Brasil

Segundo o Itamaraty, o comércio, o combate às mudanças climáticas e a cooperação militar serão alguns dos principais eixos da visita de Macron ao Brasil.

Lula e Macron já deram demonstrações de convergências em temas que vão do combate ao avanço da extrema-direita no mundo, defesa do meio ambiente e a necessidade de um cessar-fogo no conflito na Faixa de Gaza.

Apesar disso, diplomatas e especialistas ouvidos pela BBC News Brasil avaliam que a viagem de Macron também deverá deixar evidentes as principais divergências entre os dois presidentes.

Entre elas estão a oposição de Macron ao acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul e o tratamento dado pelo Brasil durante as reuniões do G20, presidido pelo Brasil, à guerra na Ucrânia.

Clique aqui e leia outras informações sobre a visita do presidente francês Emmanuel Macron ao Brasil.

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