
Em meio à guerra, Rússia assume presidência do Conselho de Segurança da ONU
Na Ucrânia, o governo russo está travando uma guerra de agressão não provocada. Em Haia, Vladimir Putin enfrenta um mandado de prisão por crimes de guerra. Mas na ONU, a Rússia assume o comando de um poderoso órgão internacional. A partir deste sábado (1º/04), a Rússia assume a presidência mensal do conselho de 15 membros, em um rodízio que não foi afetado pela guerra na Ucrânia.
A Rússia é membro permanente do Conselho de Segurança, juntamente com os Estados Unidos, China, França e Reino Unido, o que significa que tem poder de veto no órgão (ou seja, através de seu voto negativo, os membros permanentes podem rejeitar qualquer resolução, independentemente do número de votos positivos). Algumas dessas possíveis resoluções incluem a imposição de sanções, mas outras podem ser sobre o início de ações militares contra um agressor.
Na última quinta-feira (30/03), os Estados Unidos pediram à Rússia que “se comporte profissionalmente” quando assumir o cargo, mas disseram que não há como impedir Moscou de exercer a presidência do Conselho. O Kremlin emitiu comunicado nesta sexta-feira (31/03) afirmando que a Rússia planeja exercer todos os seus direitos no Conselho.
Diplomatas na sede da ONU em Nova York apontam que a maior parte da agenda do conselho em abril, como em qualquer mês, é ocupada por briefings de rotina e relatórios sobre as missões de manutenção da paz da ONU em todo o mundo.
“É importante proteger o restante do trabalho do conselho em outros arquivos”, disse um diplomata europeu à imprensa. “Não queremos atrapalhar o trabalho que o conselho está fazendo em outros lugares, porque isso permitiria que a invasão da Rússia tivesse um impacto ainda maior nas questões de paz e segurança em todo o mundo.”
A presidência do Conselho de Segurança dá ao titular mensal o poder de organizar suas próprias sessões, e a Rússia está planejando três. No dia 10 de abril, realizará um briefing sobre os “riscos derivados das violações dos acordos que regulam a exportação de armas e equipamentos militares”, no qual deverá destacar os EUA para o fornecimento de armas à Ucrânia e a outros aliados anos recentes.
No final do mês, presidirá dois debates abertos sobre “multilateralismo efetivo” e sobre a situação no Oriente Médio, que deve ser presidido por seu ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov.



