Em Portugal, Lula volta a reclamar do Banco Central por manter alta a taxa de juros
O presidente Lula voltou a subir o tom contra o Banco Central e o atual nível da taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano. Ao participar nesta segunda-feira (24/04) do Fórum Empresarial Portugal-Brasil: Parcerias para a Inovação, em Matosinhos, ao lado do primeiro-ministro português António Costa, o presidente brasileiro externou sua revolta com o patamar elevado dos juros.
“Nós temos um problema no Brasil, primeiro-ministro António Costa, que Portugal não sei se tem. É que a nossa taxa de juros é muito alta. No Brasil, a taxa Selic, que é a referencial, está em 13,75%. Ninguém toma dinheiro emprestado a 13,75%, ninguém. E não existe dinheiro mais barato”, disse Lula.
A taxa básica de juros está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também alcançou o patamar de 13,75% ao ano. Em março, o BC optou por não mexer na taxa pela quinta vez seguida, que permanece nesse nível desde agosto do ano passado.
“Um país capitalista precisa de dinheiro e esse dinheiro tem que circular, não apenas na mão de poucos. É a gente garantir que os pobres possam participar. Porque quando eles virarem consumidor, vão comprar. Quando eles comprarem, o comércio vai vender. Quando o comércio vender, vai gerar emprego, vai comprar mais produto na fábrica, não precisa importar da China. Mais emprego vai gerar mais salário, é a coisa mais normal de uma roda gigante da economia funcionando e todo mundo participando”, acrescentou Lula.
Em Portugal, o presidente Lula também participa do evento de entrega do Prêmio Camões ao cantor e compositor Chico Buarque. Em 2019, ele foi o vencedor da 31ª edição do prêmio, o principal da literatura em língua portuguesa.
A agenda do presidente Lula na Europa contempla, ainda, uma visita oficial à Espanha, onde também há a expectativa da assinatura de quatro acordos comerciais em áreas diversas. Lula só retornará ao Brasil na próxima quinta-feira (27/04).
