
Embaixador da Hungria foi chamado ao Itamaraty nesta 2ª para explicar visita de Bolsonaro
Bolsonaro passou dois dias na embaixada da Hungria durante o período do Carnaval
O Itamaraty decidiu chamar o embaixador da Hungria no Brasil, Miklós Halmai, para explicar a hospedagem do ex-presidente Jair Bolsonaro na Embaixada do país em Brasília. A informação foi confirmada por interlocutores do chanceler Mauro Vieira.
Halmai foi chamado ao Itamaraty pela Secretária de Europa e América do Norte, embaixadora Maria Luísa Escorel. O embaixador esteve no Ministério de Relações Exteriores por 20 minutos.
A decisão de convocar Halmai foi tomada após o The New York Times revelar imagens de Bolsonaro dentro do prédio da embaixada por dois dias, após ser alvo de operação da Polícia Federal.
Segundo a reportagem, o ex-presidente passou duas noites no local.
Polícia Federal vai investigar ida de Bolsonaro à Embaixada da Hungria
A Polícia Federal vai investigar a intenção de Jair Bolsonaro (PL) de ter ido à embaixada da Hungria em Brasília dias depois de ter seu passaporte apreendido em uma operação. O jornal americano “The New York Times” revelou que o ex-presidente passou dois dias na embaixada.
Alvo de investigações criminais no Supremo Tribunal Federal (STF), Jair Bolsonaro não poderia ser preso em uma embaixada estrangeira porque estaria legalmente fora do alcance das autoridades brasileiras.
Uma eventual confirmação pela investigação de que o ex-presidente buscou asilo de um país com o qual mantém boa relação poderia justificar uma ordem de prisão preventiva. O pedido tem de ser feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ou pela Polícia Federal ao ministro Alexandre de Moraes, relator das investigações que miram Bolsonaro.
O Código de Processo Penal prevê a prisão preventiva como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado.
A lei também estabelece que a prisão preventiva poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares e que ela deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada.
A defesa de Bolsonaro confirmou que o ex-presidente passou dois dias hospedado na embaixada com o objetivo de manter contatos com autoridades do país. Os advogados afirmam que o ex-presidente mantém bom relacionamento com o primeiro-ministro Viktor Orbán.
“Nos dias em que esteve hospedado na embaixada magiar, a convite, o ex-presidente brasileiro conversou com inúmeras autoridades do país amigo, atualizando os cenários políticos das duas nações”, diz a nota da defesa.
Os advogados afirmam ainda que quaisquer interpretações que extrapolem essas informações repassadas pela defesa constituem “evidente obra ficcional”, sem relação com a realidade dos fatos e “mais um rol de fake news”.
Auxiliares de Lula chamam Bolsonaro de “covardão”
Auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estão chamando Jair Bolsonaro de “covardão” e cobrando sua prisão preventiva em conversas reservadas.
Um ministro do governo disse à CNN que Bolsonaro demonstrou ser um “covardão” ao ter se escondido na embaixada da Hungria logo após seu passaporte ser apreendido.
Essa fonte acredita que o ex-presidente estava com medo de ser preso depois de ver assessores próximos irem para a cadeia. A hospedagem na embaixada da Hungria foi quatro dias após a prisão de Felipe Martins e Marcelo Câmara.
Outro ministro do governo defendeu para a reportagem que Bolsonaro deveria ser alvo de uma medida cautelar ou de prisão preventiva para evitar sua fuga do país. O ex-presidente é investigado por falsificação de cartão de vacina, tentativa de golpe de Estado, entre outros crimes.
As investigações, no entanto, haviam perdido força e as chances de Bolsonaro ser preso tinham diminuído depois que Mauro Cid voltou para a cadeia após reclamar em áudio vazado para a imprensa da suposta “narrativa” da PF.
Em nota, Bolsonaro reconhece que ficou hospedado na embaixada, mas nega pedido de asilo.
Leia também: Fonte da embaixada estranhou visita de Bolsonaro, diz jornalista do NYT à CNN
Outras informações na seção Diplomacia do Infoflashbr.
Fonte: CNN



