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Exército de Israel exige que palestinos deixem a parte norte da Faixa de Gaza em até 24 horas

O Exército israelense emitiu um comunicado, na noite de quinta-feira (12/10), pedindo que todos os moradores da Cidade de Gaza deixem as suas casas em direção ao Sul da Faixa de Gaza em até 24 horas.

Segundo o Exército, a “evacuação é para a própria segurança” dos habitantes da Cidade de Gaza. Israel recomendou que as pessoas só voltem à cidade quando o governo israelense permitir. Palestinos temem que a ordem seja um indicativo de que o Exército entrará por terra na região.

Pouco tempo antes do comunicado oficial, a ONU (Organização das Nações Unidas) havia informado que os militares israelenses avisaram que todos os palestinos na região Norte da Faixa de Gaza – cerca de 1,1 milhão de pessoas – deveriam migrar para o Sul. No entanto, segundo as informações do Exército, o alerta é apenas para a Cidade de Gaza, que conta com cerca de 600 mil habitantes.

Israel também afirmou que, nos próximos dias, as operações na Cidade de Gaza serão “significativas” e que os moradores não devem se aproximar ou tentar ultrapassar a fronteira.

Segundo a ONU, o comunicado de Israel foi enviado pouco antes da meia-noite de quinta no horário local. Assim, as 24 horas serão completadas às 18h desta sexta-feira (13), no horário de Brasília. A entidade informou que já transferiu seu centro de operações centrais para o Sul de Gaza.

O Hamas afirmou que o aviso é uma “propaganda falsa, com o objetivo de semear confusão entre os cidadãos e prejudicar a coesão interna”. O grupo terrorista orientou os cidadãos palestinos a “não se envolverem nestas tentativas”.

Brasileiros assustados

Os brasileiros que aguardam resgate das autoridades do Brasil na Faixa de Gaza estão assustados após o alerta emitido pelo Exército de Israel pedindo para que os habitantes da Cidade de Gaza deixem as suas casas em direção ao Sul da região em até 24 horas.

Ahmad El Ajrami, um dos 13 brasileiros que estão alocados em uma escola católica em Gaza à espera do resgate, disse que eles não sabem o que fazer e que temem morrer por possíveis ataques israelenses. “As crianças têm medo, as mulheres têm medo, todo mundo aqui. Não sei o que fazer”, declarou o brasileiro em entrevista à GloboNews.

Ahmad relatou que a internet e a eletricidade são cortadas na região entre 21h e 9h locais, deixando o grupo de brasileiros com “muito medo”. “Não dormimos por causa dos bombardeios contínuos e do barulho das ambulâncias por toda parte”, afirmou.

O plano do Brasil é resgatar os cidadãos do País que estão na Faixa de Gaza pelo Egito. Na tarde de quinta-feira (12), uma aeronave da Presidência da República viajou a Roma, na Itália, onde deve ficar até receber autorização do Egito para resgatar o grupo.

A Palestina informou que 22 brasileiros aguardam para serem resgatados da Faixa de Gaza, mas nem todos quiseram ir para a escola onde Ahmad e outras 12 pessoas estão abrigadas.

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