Inadimplência atinge o menor nível desde 2022

Levantamento mostra o cenário de curto, médio e longo prazos da inadimplência no Brasil

O índice de inadimplência em 2024 apresentou uma nova queda significativa desde o aumento recorde em outubro de 2023 (15,68). Com uma variação significativa de 7,91% para menos, sendo, janeiro com um percentual de 12,38% de inadimplência e fevereiro com 11,4%. É o menor percentual de inadimplência desde setembro de 2022 (11,41%).

É o que aponta o Índice Multiplike de Devedores (IMD), que também mostra o cenário de curto, médio e longo prazos da inadimplência. De modo geral, as faixas de vencimento mostraram uma baixa variação. Do total de títulos vencidos, aqueles com atraso de 31 a 60 dias, saíram de 7,21% para 7,58%. Um aumento mais expressivo ocorre para os títulos vencidos até 30 dias, saindo de 34,14% para 35,82%.

Já nas demais faixas de vencimento se pode notar uma queda da inadimplência, mas com uma baixa variação. Para os títulos vencidos há mais tempo, acima de 360 dias, quando a recuperação do crédito já fica mais difícil, ocorreu uma suave queda saindo de 16,45%, para 16,26%. As demais faixas de vencimento apresentadas no índice, somam 40,34%.

Somados os PLs dos fundos analisados, o montante atingiu R$ 45,09 bilhões em fevereiro, deste total, R$ 42,8 bilhões são direitos creditórios, ou seja, quase 100%. Deste total, R$ 4,8 bilhões não foram honrados pelos tomadores de crédito em sua data original de liquidação.

Inadimplência das famílias paulistanas voltou a subir

Mas, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), após seis meses, a inadimplência das famílias paulistanas voltou a subir no mês de março. Estudo da entidade aponta que, no mês passado, 921,2 mil famílias tinham algum tipo de conta em atraso na metrópole. Assim, o porcentual de lares inadimplentes saltou para 22,7% (em fevereiro, era de 21,8%).

Embora o número de famílias endividadas esteja abaixo do registrado em março de 2023, o comprometimento da renda delas com dívidas segue preocupante. Hoje, um terço (31,7%) de tudo o que os lares recebem é destinado a pagamentos dessas despesas – que, em média, se prolongam por oito meses.

Os fatores que compõem esse fenômeno também se elevaram na análise quantitativa: o cartão de crédito, que endividava 85,8% das casas paulistanas, em fevereiro, agora o faz em 86,1% desses lares. O crédito pessoal, por sua vez, passou de 15,6% para 16,6%, enquanto o crédito consignado apontou aumento mais significativo: de 7,7% para 9%.

Na percepção da federação, esses dados sugerem que há uma demanda mais aquecida das famílias por recursos utilizados, posteriormente, para manter o consumo cotidiano, como alimentos e combustíveis. É assim que um dos principais motivos para o aumento da inadimplência em março, após meses de queda, foi justamente a inflação mais forte nesses dois grupos de produtos.

Esse fenômeno impacta mais fortemente as classes de renda mais baixa: entre as famílias com rendimentos abaixo de 10 salários mínimos, sete em cada 10 estão endividadas (71,3%), e mais de um quarto (26%) está inadimplente. Nas classes mais altas (acima de 10 salários mínimos), as taxas são de 60,5% e 13,2%, respectivamente.

“Essa conjuntura pode se consolidar caso a previsão do retorno da inflação, principalmente sobre alimentos e preços de transportes, se confirme no médio prazo. Se isso acontecer, ficará mais difícil para os paulistanos adiarem o pagamento das suas dívidas em favorecimento ao consumo diário – uma prática que a Fecomércio-SP observa desde o ano passado. Hoje, 2,78 milhões de famílias estão endividadas em São Paulo, das quais 921 mil estão inadimplentes e 391 mil, sem condições de pagar as despesas atrasadas no momento (9,6%)”, diz a entidade.

Já segundo o Indicador de Recuperação de Crédito da Serasa Experian, do total de dívidas dos consumidores negativadas em novembro no Sudeste, 77,1% foram renegociadas ou pagas em até 60 dias do mês de referência. Este foi o maior índice dos últimos 12 meses. O estado que mais quitou débitos foi o Espírito Santo (78,5%).

Na análise nacional, de acordo com o Indicador de Recuperação de Crédito da Serasa Experian, 77,5% das contas negativadas em novembro foram regularizadas ou renegociadas por consumidores inadimplentes em até 60 dias do mês de referência. O percentual foi o maior dos últimos 12 meses. Débitos superiores a R$ 10 mil marcaram a preferência nas quitações (91,1%), enquanto aqueles de até R$ 500, tiveram a menor incidência (71,0%).

No recorte por setores das dívidas, bancos/cartões recebeu a maior taxa de pagamentos (86,0%).

No ranking por UFs do Indicador de Recuperação de Crédito da Serasa Experian, Sergipe conquistou o primeiro lugar, com 83,2% dos encargos pagos em até 60 dias da negativação ocorrida em novembro. Em seguida, estavam Acre, Rio Grande do Sul e Paraná nas colocações iniciais.

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Fonte: Monitor Mercantil

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