Cotidiano

Loja Tok&Stok deve recorrer à recuperação judicial para se manter funcionando

Depois de passar por uma ação de despejo e, agora, com um pedido de falência em análise pela Justiça, a rede de lojas Tok&Stok realiza um processo de reestruturação financeira, para tentar se manter em pé. Demissões de funcionários e executivos e o fechamento de lojas são medidas já adotadas pela empresa, que pretende permanecer no mercado, apesar da dívida estimada em R$ 600 milhões.

Entrar com um pedido de recuperação judicial é uma possibilidade que não foi descartada pela diretoria da varejista. Ele pode evitar que seja decretada a falência, solicitada pela consultoria de serviços de tecnologia Domus Aurea em 19 de abril, junto à 3ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo (SP).

A prestadora de serviços alega que a Tok&Stok lhe deve R$ 3,8 milhões, dívida que está com o pagamento atrasado. Outra forma de evitar a falência é quitando esse compromisso.

Fechamento de lojas e descontos de 50%
Para conter gastos, uma das medidas da empresa é fechar algumas lojas. A estimativa é que sejam encerradas as atividades de 17 unidades de grandes capitais, como Fortaleza, Teresina, Recife, Natal, Vitória, Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília.

Na primeira quinzena de abril, dois dos três pontos de vendas da marca em Fortaleza anunciaram o fechamento e, para liquidar os estoques, realizaram promoções de 50% de descontos nos produtos, com possibilidade de parcelamento das compras em até seis vezes no cartão de crédito.

A unidade que continua em funcionamento na capital do Ceará é a que fica no shopping RioMar Fortaleza. As promoções se restringiram às duas lojas em processo de fechamento, no Iguatemi Bosque e no bairro Água Fria.

Também em abril, uma das lojas da Tok&Stok em Recife fez uma liquidação ‘às pressas’, logo depois que foi anunciado o encerramento das atividades no local. Todo o estoque foi vendido pela metade do preço.

Esse movimento ocorre com a volta da empresária Ghislaine Drubule à diretoria executiva da companhia, que foi fundada por ela em 1978, com o marido Régis.

Entenda a crise
O primeiro indício de crise surgiu no dia 15 de fevereiro, quando o fundo imobiliário Vinci entrou com uma ação de despejo contra a Tok&Stok, alegando que a companhia ainda não tinha feito o pagamento do aluguel de um galpão, que fica no condomínio Extrema Business Park I, localizado em Extrema (MG), referente ao mês de janeiro (com vencimento no dia 6 de fevereiro).

Em comunicado divulgado na época, o Vinci informou que a locação do imóvel é exclusiva da Tok&Stok, que o aluguel devido representa cerca de 14% das receitas totais do fundo, e cerca de 11% da área bruta locável detida por ele. Ressaltou que o contrato vigente ainda tinha garantia por meio de seguro fiança, com cobertura equivalente a 12 aluguéis.

Desde 2020, quando a Tok&Stok alugou o imóvel, foi a primeira vez que o aluguel não foi pago. O valor foi depositado em juízo pela varejista. Em 24 de março, a Vinci Real Estate, gestora do fundo, decidiu retirar a ação de despejo movida contra empresa do setor de móveis. O depósito no valor de R$ 2,092 milhões foi suficiente para quitar o aluguel vencido e as custas judiciais do fundo.

Depois desse episódio, a crise pela qual a Tok&Stok passa se tornou pública. Assim como a Americanas, a companhia contratou a consultoria Alvarez & Marsal para avaliar a situação de seu caixa, propor estratégias para a renegociação das dívidas e implantar uma reestruturação financeira.

Fonte: R7 Notícias

 

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