Na ONU, Brasil se oferece para acolher dissidentes nicaraguenses

O governo brasileiro declarou nesta terça-feira (07/03), em uma reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, que se dispõe a receber cidadãos nicaraguenses que tiveram sua nacionalidade retirada pela Justiça do país.
“O Brasil está preocupado com relatos de sérias violações de direitos humanos e restrições ao espaço democrático naquele país, particularmente execuções sumárias, detenções arbitrárias e tortura contra dissidentes políticos”, disse o representante brasileiro na reunião, o diplomata Tovar Nunes.

O representante brasileiro afirmou estar “extremamente preocupado” com a decisão do regime de Daniel Ortega de “tirar a nacionalidade de mais de 300 cidadãos e reafirma seu compromisso humanitário de proteger pessoas apátridas”.

Nunes disse que o Brasil está pronto para explorar maneiras de abordar a situação “de forma construtiva”, conversando com o governo nicaraguense e atores relevantes envolvidos. Na última semana, o governo brasileiro não aderiu a uma declaração assinada por 55 países que criticaram duramente Ortega.

‘Crimes contra a humanidade’
Na quinta-feira passada (02/03), um relatório de um grupo de especialistas da ONU acusou o governo da Nicarágua de cometer violações sistemáticas dos direitos humanos, as quais constituem “crimes contra a humanidade”.

Divulgado em Genebra, o documento do Grupo de Especialistas em Direitos Humanos sobre a Nicarágua menciona execuções extrajudiciais, detenções arbitrárias, tortura e privação arbitrária da nacionalidade e do direito de permanecer no próprio país.

“Eles são cometidos de maneira generalizada e sistemática por motivos políticos e constituem crimes de lesa-humanidade de assassinato, prisão, tortura, incluindo violência sexual, deportação e perseguição por motivos políticos”, afirmou o especialista independente Jan Simon, citado em um comunicado.

“A população vive aterrorizada (…) Quase todos os meios de comunicação independentes e ONGs trabalham do exterior” e “a situação continua piorando”, insistiu Simon em entrevista coletiva em Genebra, junto da especialista colombiana Ángela María Buitrago.

Fonte: site G1

 

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