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Onda de calor extremo na Europa coloca saúde e turismo em alerta vermelho

A Itália, assim como boa parte do sudeste da Europa, enfrenta nesta semana seus dias mais quentes do ano, em meio a uma onda de calor que deixa em alerta os serviços de saúde e parece confirmar os efeitos da emergência climática, intensificada pela ação do homem.

Depois de termômetros atingirem 46,3°C nesta terça-feira (18/07) em Licata, na ilha da Sicília, a previsão é que as temperaturas subam mais na região e em outras localidades. Segundo o Ministério da Saúde, 23 das 27 maiores cidades do país – três a mais do que no dia anterior – vão começar a quarta-feira em alerta vermelho, o mais grave.

Na capital Roma, tomada nas últimas semanas por uma avalanche de turistas, foram atingidos 41,8°C. A Proteção Civil organizou quase 30 pontos de atendimento móvel, incluindo nas proximidades de atrações turísticas, como o Coliseu, para receber pessoas com mal-estar.

O fenômeno atinge também a Espanha, onde a temperatura chegou a 45,3°C em Figueres (Catalunha) –cidades do interior e das ilhas Baleares continuam em estado de alerta. Partes dos Bálcãs, incluindo a Grécia, do norte da África e da Turquia são outras áreas afetadas, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM). As condições na Europa devem se manter até o fim da semana pelo menos.

Em Atenas, atrações turísticas, como a Acrópole, precisaram ser fechadas em horários de pico de calor ao longo dos últimos dias, e incêndios nas imediações da capital destruíram casas e forçaram a saída de moradores da região.

“O clima extremo, cada vez mais frequente, está tendo um grande impacto na saúde humana, ecossistemas, economias, agricultura, energia e abastecimento de água. Isso destaca a crescente urgência de reduzir as emissões de gases de efeito estufa o mais rápido e possível”, disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.

O atual recorde de temperatura para a Europa continental foi registrado em agosto de 2021, quando a Sicília marcou 48,8°C. A OMM, um braço da ONU para o clima, porém, considera que essa marca pode ser superada nesta semana.

Uma onda de calor é quando temperaturas extremas persistem por vários dias consecutivos na mesma região, frequentemente associadas a alta umidade, forte irradiação solar e ausência de ventilação. Outra característica é que as noites continuam quentes, dificultando a recuperação natural do corpo e aumentando riscos de morte.

Estudo divulgado no começo deste mês na revista Nature Medicine calculou que mais de 61 mil pessoas morreram durante o verão de 2022 na Europa por causas relacionadas ao calor. A Itália, com 18 mil vítimas, foi o país mais afetado, seguido pela Espanha (11 mil).

O verão do ano passado foi o mais quente da história da Europa, segundo o programa de observação Copernicus, da União Europeia.

O continente tem o ritmo de aquecimento mais acelerado do mundo, em uma taxa duas vezes maior do que a média global desde a década de 1980. Em 2022, a Europa ficou cerca de 2,3°C acima da média pré-industrial (1850-1900), usada como base para o Acordo de Paris sobre mudanças climáticas. Neste ano, o mês de junho foi o mais quente globalmente, com 0,5°C acima do período de referência (1991-2020).

Com informações da Folhapress

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