O assessor especial da Presidência Celso Amorim vê a atuação do Brasil, no Conselho de Segurança da ONU, em relação à guerra entre Israel e Hamas como uma forma não só de defesa das vítimas civis entre palestinos e israelenses, mas da própria Organização das Nações Unidas.
O ex-chanceler brasileiro participou de um evento em São Paulo, na manhã desta terça-feira (31), promovido pelo Instituto Brasil África.
“Neste momento, o chanceler Mauro Vieira está em Nova York em uma tentativa que não digo desesperada, mas sim quase heroica, de aprovação de uma resolução no Conselho de Segurança”, afirmou Amorim ao iniciar sua palestra.
“O Brasil tem atuado não só para defender todos os que sofrem na região – o povo de Gaza, os israelenses que foram alvo de um ataque de características terroristas -, mas para defender a própria ONU. Como podem as Nações Unidas estarem tão inerte diante da situação que estamos vivendo?”
Amorim considera a situação uma das mais graves vividas em sua trajetória desde que se tornou diplomata, atribuindo como principais pontos críticos a “disseminação de ódio e a polarização das mentes”, além do fato de haver dois conflitos simultâneos: a guerra em Israel e a da Ucrânia, invadida em fevereiro de 2022 pela Rússia.
“Mesmo na crise dos mísseis (entre Estados Unidos e a então União Soviética, em 1963), em que havia a irracionalidade do risco de uma guerra nuclear, havia racionalidade na condução dos fatos”, comparou o assessor especial.
“Ver a ONU enfraquecida é extremamente preocupante.”

O papel do Brasil na diplomacia mundial, sob a gestão do chanceler Celso Amorim em anos anteriores, destacou-se por seu comprometimento com a defesa dos princípios e valores das Nações Unidas, especialmente no que tange à paz, segurança e direitos humanos. A atuação do país em defesa das vítimas de guerra reflete não apenas um compromisso humanitário, mas também uma postura alinhada aos preceitos da ONU, buscando soluções pacíficas para conflitos e apoiando iniciativas de pacificação e ajuda humanitária.
A participação brasileira em missões de paz da ONU, além do histórico de mediação em conflitos regionais, como no Haiti e no Oriente Médio, evidencia o esforço do país em contribuir ativamente para a estabilidade e a proteção das vítimas de conflitos armados. Além disso, o Brasil, durante a gestão de Celso Amorim, priorizou o reforço de acordos multilaterais que promovessem a paz, a segurança e a cooperação internacional, corroborando com os objetivos centrais da Organização das Nações Unidas.
A defesa do multilateralismo e a participação ativa do Brasil nas agendas internacionais refletem não apenas o compromisso humanitário, mas também uma estratégia de fortalecimento do país como ator relevante na cena internacional. Ao posicionar-se em prol das vítimas de conflitos e em defesa dos valores universais da ONU, o Brasil reforça sua voz no cenário diplomático, buscando consolidar sua posição como um agente ativo na busca por soluções pacíficas e no enfrentamento dos desafios globais.