Presidente da França dissolve o Parlamento e convoca novas eleições

O presidente da França, Emmanuel Macron, dissolveu o Parlamento do país neste domingo (09/06) e convocou novas eleições legislativas antecipadas. O anúncio ocorreu após a derrota do seu partido, o REM, nas eleições do Parlamento Europeu para o partido RN, de Marine Le Pen, de extrema direita.

Macron disse que a ascensão de nacionalistas é um perigo para a Europa. “O resultado das eleições da União Europeia não é bom para o meu governo”, afirmou o presidente.

“Decidi devolver-lhes a escolha do nosso futuro parlamentar através da votação. Estou, portanto, dissolvendo a Assembleia Nacional”, prosseguiu Macron.

A nova votação acontecerá em dois turnos, em 30 de junho e 7 de julho. A decisão de Macron foi comunicada em meio à divulgação dos primeiros resultados das eleições parlamentares da União Europeia.

“Estamos prontos para assumir o poder se os franceses nos derem a sua confiança nas próximas eleições nacionais”, disse Marine Le Pen durante um comício neste domingo.

Por que Macron dissolveu parlamento na França

A decisão de Macron saiu pouco depois de o líder do RN, Jordan Bardella, de 28 anos, ter apelado abertamente ao presidente para convocar eleições parlamentares.

“Ouvi a sua mensagem”, disse o presidente aos eleitores da França, “e não a deixarei passar sem uma resposta”.

“A França precisa de uma maioria clara em serenidade e harmonia”, disse ele, acrescentando que não pode se resignar ao progresso da extrema direita “em todo o continente”.

Agora, apenas dois anos após o seu segundo mandato como presidente, Macron já não tem maioria no parlamento francês e, embora esse voto europeu, em teoria, não tenha qualquer influência na política nacional, ele decidiu claramente que a continuação do seu mandato sem uma nova consulta popular colocaria muita pressão no sistema.

Le Pen, que foi derrotada duas vezes por Macron nas eleições presidenciais, reagiu imediatamente, dizendo que o seu partido estava “pronto para exercer o poder, pronto para pôr fim à imigração em massa”.

Convocar eleições antecipadas é uma enorme surpresa para o país e um enorme risco para o presidente Macron.

Ele poderia ter reagido de forma diferente. Poderia ter simplesmente continuado, explicando a vitória massiva da extrema direita como uma aberração europeia que seria corrigida em eleições mais importantes.

Ele poderia ter confiado, acima de tudo, na Olimpíada de Paris, para manter as pessoas longe da política por alguns meses.

Foi certamente nesse sentido que muitos acreditavam que ele reagiria à derrota do seu partido.

Mas só podemos presumir que o presidente previu isso e planejou a sua resposta com antecedência.

O resultado foi certamente uma réplica quase exata das pesquisas, então ele teve tempo suficiente para considerar suas opções.

Mas o fato é que ele está em apuros.

Sem maioria, aprovar qualquer projeto de lei na Assembleia Nacional é uma luta. Com a maior parte do país agora tão claramente contra ele, qualquer nova legislação – por exemplo o próximo orçamento – pode ser explosiva.

Então ele optou pela “clareza”. Se o RN tiver a maioria dos votos, então, diz ele, eles deveriam ter a chance de governar o país.

Obviamente, o presidente da França espera que o seu partido Renascimento consiga reagir nas eleições de 30 de Junho e 7 de Julho. Ou que outros partidos também se saiam melhor.

Mas o presidente Emmanuel Macron e deve compreender que as probabilidades favorecem outra vitória para o RN. Talvez não tão arrebatadora como o resultado observado neste domingo, mas o suficiente para se tornar o maior partido no parlamento da França.

Nesse ponto poderemos muito bem ter uma primeira-ministra Marine Le Pen, ou mesmo Jordan Bardella.

Leia também: Marine Le Pen diz que extrema direita está “pronta para assumir o poder” na França após Macron convocar eleições

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