Política

Presidente do Conselho de Ética é eleito em dia de nova confusão na Câmara

A Câmara dos Deputados reabriu o Conselho de Ética e Decoro da Casa nesta quarta-feira (19/4). Foram eleitos o presidente e vice-presidentes do colegiado, que vai analisar representações feitas contra deputados federais que possam ter tido mal comportamento e desrespeitado o decoro dentro de comissões ou do Plenário.

O escolhido para ocupar a cadeira da presidência do Conselho foi o deputado Leur Lomanto Júnior (União-BA), enquanto o deputado Albuquerque (Republicanos-RR) foi escolhido para a primeira vice-presidência. O segundo vice-presidente é o deputado Bruno Ganem (Podemos-SP). Os três foram eleitos em votação unânime e a disputa foi feita em chapa única.

Com a enfim a instalação do Coetica, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), poderá começar a cobrar e cumprir a promessa de barrar situações de baixaria, xingamentos e ataques pessoais que vêm ocorrendo dentro da Casa Baixa desde o começo da Legislatura.

14 denúncias em três meses
Em menos de três meses, foram feitas 14 denúncias ao comitê. Entre elas, o caso do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) ter usado uma peruca em fala no Plenário para atacar a comunidade trans no Dia Internacional da Mulher (8/3). Outras são mais recentes, e ocorridas nas comissões de Constituição e Justiça e de Segurança Pública, ambas em audiências que contaram com a presença do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.

Dentre os 14 deputados que sofreram representações no Coetica estão 10 do PL: André Fernandes (PL-CE), Abilio Brunini (PL-MT), José Medeiros (PL-MT), Silvia Waiãpi (PL-AP) Nikolas Ferreira (PL-MG), Júlia Zanatta (PL-SC), Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Carlos Jordy (PL-RJ), Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) e Cabo Gilberto Silva (PL-PB). Os outros quatro denunciados foram Maurício Marcon (Podemos-RS), Clarissa Tércio (PP-PE), Otoni de Paula (MDB-RJ) e Márcio Jerry (PCdoB-MA). O último é acusado de assédio pela deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC), durante uma confusão na Comissão de Segurança Pública que recebeu Flávio Dino.

Novo caso

Enquanto a Câmara reabria o Conselho de Ética, ao lado, na Comissão de Trabalho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) partiu para cima do deputado Dionilso Marcon (PT-RS). A discussão ocorreu por causa de falas envolvendo o atentado sofrido por Jair Bolsonaro (PL) na eleição de 2018, em Juiz de Fora (MG).

Na comissão, parlamentares discutiam a composição do colegiado, e Eduardo Bolsonaro começou a falar do ocorrido com o pai. Em resposta, o parlamentar petista gritou: “Facada fake”.

Os parlamentares trocaram xingamentos e, quando o Marcon comentou a suposta falta de sangue no ferimento do então candidato à Presidência, o filho 02 do ex-presidente se levantou e partiu para cima do parlamentar. Ele foi contido por colegas.

“Olha o nível de provocação! [Vou] Dar uma facada no seu bucho, quero ver o que você vai fazer. Facada fake? Meu pai quase morreu com essa facada. Facada teu c*, seu viado, f.d.p”, disse Eduardo.

Eles seguiram trocando xingamentos. A sessão foi suspensa por alguns minutos e depois foi retomada. O deputado Marcon afirmou que Eduardo quebrou o decoro parlamentar e vai pedir uma punição na Comissão de Ética.

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