
Privatização das praias, senadores em debate
PEC 3/2022. Ela propõe a transferência de terrenos de marinha para pessoas e governos locais, mas os senadores estão divididos. Uns dizem que é uma “privatização das praias”, enquanto outros acreditam que isso trará benefícios como novos empregos e melhor gestão local. Vamos explorar as preocupações ambientais, os argumentos contra e a favor e entender o que realmente está em jogo com essa proposta.
- Debate na CCJ sobre a PEC 3/2022.
- Preocupações ambientais com a PEC.
- Senadora Leila Barros se opõe à PEC.
- Flávio Bolsonaro defende a PEC.
- Importância da descentralização na gestão.
Privatização de Praias: Entenda o Que Muda com a Proposta que Tramita no Senado
Você já deve ter ouvido falar sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 3/2022, que está causando alvoroço no Senado. Essa proposta visa transferir os terrenos de marinha para ocupantes particulares, estados e municípios. Mas o que isso realmente significa? Vamos mergulhar nos detalhes e entender as implicações dessa possível mudança.
Os Argumentos dos Senadores
Durante uma audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), na segunda-feira (27), os parlamentares se dividiram em relação à PEC. De um lado, temos aqueles que veem a proposta como uma ameaça ao meio ambiente. Do outro, há quem defenda que não se trata de privatização das praias.
Preocupações Ambientais
A presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA), senadora Leila Barros (PDT-DF), é uma das vozes que se opõem à aprovação da PEC. Ela acredita que a proposta representa uma flexibilização da legislação ambiental e pode afetar a função dessas áreas na mitigação das mudanças climáticas. Leila também mencionou que a tramitação da PEC é “assustadora” em um momento de tragédia climática no Rio Grande do Sul.
Outros senadores contrários ao texto citaram estudos de organizações ambientalistas, que apontam que a aprovação da proposta poderia comprometer a biodiversidade litorânea brasileira.
Sentimento Municipalista
Por outro lado, alguns parlamentares defendem que a proposta não se trata de privatização de praias. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), relator do texto, afirmou que os prefeitos conhecem melhor a situação dos municípios e que a PEC pode facilitar o registro fundiário e gerar empregos. Segundo ele, a motivação do projeto é um “sentimento municipalista”.

O senador Esperidião Amin (PP-SC) também criticou o entendimento de que a proposta privatizaria as praias ou permitiria o cercamento desses espaços. Ele defendeu a descentralização de gestão e decisões que o projeto permitiria, afirmando que apostar no centralismo não é bom para um país que é uma federação.
O Que Muda com a Aprovação da PEC?
Se a PEC for aprovada e sancionada com o texto que tramita na Câmara hoje, ela revogaria um trecho da Constituição e autorizaria a transferência dos territórios de marinha para ocupantes particulares, estados e municípios. Na prática, isso significaria que empresas – resorts, hotéis, cassinos, etc. – e outros ocupantes privados poderiam adquirir a posse das praias, caso realizassem inscrição junto ao órgão de gestão de patrimônio da União.
Áreas que Continuariam sob Domínio da União
| Áreas | Condição |
|---|---|
| Áreas afetadas ao serviço público federal | Permanecem sob domínio da União |
| Unidades ambientais federais | Permanecem sob domínio da União |
| Áreas não ocupadas | Permanecem sob domínio da União |
Análise dos Especialistas
Os analistas também comentaram a proposta. Débora Bergamasco destacou que a especulação imobiliária é a principal interessada na privatização das praias. Segundo ela, a mudança pode levar a um aumento significativo no valor dos terrenos, beneficiando grandes empreendimentos imobiliários.
Basília Rodrigues, por sua vez, enfatizou que, em meio a desastres naturais, é contraproducente debater a privatização de praias. Ela acredita que a prioridade deveria ser a proteção ambiental e a prevenção de tragédias climáticas.
Fernando Nakagawa ressaltou que as praias são um dos poucos espaços verdadeiramente democráticos. Ele argumenta que a privatização dessas áreas pode restringir o acesso da população a esses espaços públicos, criando uma desigualdade ainda maior.
Senadora Relaciona PEC da Privatização das Praias com Tragédia no RS
A senadora Leila Barros relacionou a PEC da privatização das praias com a tragédia climática no Rio Grande do Sul. Ela argumenta que a aprovação da proposta poderia agravar os impactos das mudanças climáticas, tornando as áreas litorâneas ainda mais vulneráveis.
Flávio Bolsonaro Sobre PEC da Privatização das Praias: “Um Mundo de Arrecadação”
O senador Flávio Bolsonaro defende a PEC, afirmando que ela pode gerar um “mundo de arrecadação”. Segundo ele, a transferência dos terrenos de marinha para ocupantes particulares, estados e municípios pode aumentar a arrecadação de impostos e contribuir para o desenvolvimento econômico das regiões litorâneas.

Análise dos Senadores
Os senadores se dividiram em relação à PEC, com argumentos tanto a favor quanto contra a proposta. Enquanto alguns veem a mudança como uma oportunidade de desenvolvimento econômico e descentralização de gestão, outros alertam para os riscos ambientais e a possível perda de acesso público às praias.
Argumentos a Favor
| Senador | Argumento |
|---|---|
| Flávio Bolsonaro | Facilitação do registro fundiário e geração de empregos |
| Esperidião Amin | Descentralização de gestão e decisões |
| Marcos Rogério | Não identificou nada no texto que permita privatização |
Argumentos Contra
| Senador | Argumento |
|---|---|
| Leila Barros | Flexibilização da legislação ambiental e riscos climáticos |
| Outros senadores | Comprometimento da biodiversidade litorânea |
Considerações Finais
A PEC 3/2022 é um tema complexo e que divide opiniões. De um lado, há a promessa de desenvolvimento econômico e descentralização de gestão. Do outro, há preocupações legítimas com o meio ambiente e o acesso público às praias. Enquanto o debate continua, é importante que você fique informado e participe das discussões sobre o futuro das nossas praias.
Por: Redação Infoflash



