
Putin agradece eleitores e diz que reeleição permitirá sociedade russa mais forte
Votação durou três dias e Putin enfrentou candidatos selecionados pelo Kremlin
O presidente russo, Vladimir Putin, agradeceu neste domingo (17/03) aos russos que compareceram para votar, dizendo que o resultado da eleição presidencial permitiria que a sociedade russa se consolidasse e se tornasse mais forte.
Putin discursava em sua sede eleitoral na noite de domingo, depois que os primeiros resultados indicaram que ele será reeleito em uma votação recorde na era pós-União Soviética.
Vladimir Putin chegou ao poder em 1999 e deve estender seu período à frente da nação por mais seis anos. A posse acontecerá em maio.
Vitória de Putin vista com suspeitas por diversos países
As últimas urnas foram fechadas às 15h, no horário de Brasília, no enclave ocidental de Kaliningrado, na costa do Báltico. A votação durou três dias, tendo começado na sexta-feira (15). Putin enfrentou candidatos cuidadosamente selecionados pelo Kremlin.
Mais de oito milhões de pessoas votaram de forma online, segundo uma autoridade eleitoral russa. Esse é o primeiro ano que essa modalidade de voto está disponível na Rússia.
Diversos países levantaram suspeita sobre o processo eleitoral russo. Após a divulgação dos primeiros resultados, os Estados Unidos disseram que o pleito não foi livre e justo.
Putin diz que guerra da Ucrânia é prioridade
Durante o discurso, Putin também disse que a prioridade da Rússia deve ser resolver as tarefas associadas ao que ele chama de “operação militar especial” na Ucrânia e tornar o Exército mais forte.
Ele ressaltou que faria tudo o que pudesse para resolver essas tarefas e os objetivos que ele e a sua administração consideram prioritários.
O chefe de Estado afirmou ainda que as Forças Armadas da Rússia avançam na Ucrânia todos os dias e que suas tropas detinham a iniciativa no campo de batalha.
Quem concorreu nas eleições
As eleições na Rússia foram monitoradas por mais de 333 mil observadores, incluindo mais de 700 representantes vindos de 106 países. Os observadores têm o poder de supervisionar se o processo decorre conforme a lei e registrar potenciais violações.
Os candidatos foram: Vladimir Putin (candidato independente), Nikolai Kharitonov (Partido Comunista da Federação da Rússia, KPRF), Leonid Slutsky (Partido Liberal Democrata da Rússia, LDPR) e Vladislav Davankov (Novye Lyudi, ou Novas Pessoas, em português).
Zelensky diz que eleições russas são uma imitação ilegítima
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse neste domingo (17) que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, quer governar para sempre e que a eleição presidencial russa foi uma imitação ilegítima.
Zelensky afirmou em seu discurso gravado noturno que o “ditador russo está simulando outra eleição” e que Putin é “doente por poder e está fazendo de tudo para governar para sempre”.
“Não há legitimidade nesta imitação de eleições e não pode haver. Essa pessoa deveria estar sendo julgada em Haia. É isso que temos que garantir”, acrescentou.
EUA dizem que eleições russas não foram livres e justas
As eleições na Rússia “obviamente não foram livres nem justas”, já que o presidente Vladimir Putin prendeu os seus oponentes e impediu que outros concorressem contra ele, disse a Casa Branca neste domingo (17).
Antes mesmo de saírem os primeiros resultados da eleição russa, o governo da Alemanha já havia chamado o processo de “pseudo-eleição” e afirmado que o pleito “não é livre e nem justo”.
“O governo de Putin é autoritário. Ele depende da censura, da repressão e da violência. As ‘eleições’ nos territórios ocupados da Ucrânia são nulas, sem efeito e outra violação do direito internacional”, escreveu o Ministério Exterior do país no X (antigo Twitter).
O Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido, por sua vez, afirmou que “ao realizar eleições ilegalmente em território ucraniano, a Rússia demonstra que não está interessada em encontrar um caminho para a paz”.
“O Reino Unido continuará a fornecer ajuda humanitária, econômica e militar aos ucranianos que defendem a sua democracia”, conclui a pasta, em publicação no X.
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Fonte: CNN



