
Relatório da ONU indica que a Índia vai ultrapassar a China em população “até meados do ano”
A Índia está prestes a se tornar a nação mais populosa do mundo, superando a China em 2,9 milhões de pessoas até meados de 2023. É o que revela o “Relatório do Estado da População Mundial, 2023” do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA, na sigla em inglês), divulgado nesta quarta-feira (19/04).
De acordo com o relatório, a Índia terá cerca de 1,4286 bilhão de pessoas contra 1,4257 bilhão da China até o meio do ano, segundo projeções da organização internacional. Os demógrafos dizem que os limites dos dados populacionais tornam impossível calcular uma data exata.
A China tem a maior população do mundo desde pelo menos 1950, ano em que começaram os levantamentos das Nações Unidas. Tanto a China quanto a Índia têm mais de 1,4 bilhão de habitantes e, juntas, representam mais de um terço dos 8 bilhões de pessoas do mundo.
Não muito tempo atrás, esperava-se que a Índia só se tornasse o país mais populoso do mundo apenas a partir de 2030. Mas o tempo foi acelerado por uma queda na taxa de fertilidade da China. Hoje, as famílias chinesas têm cada vez menos filhos, a população é envelhecida e o crescimento, estagnado, apesar do governo ter recuado de sua política de filho único há sete anos.
Em contraste, a Índia tem uma população muito mais jovem, uma taxa de fertilidade mais alta e observou uma queda na mortalidade infantil nas últimas três décadas. O crescimento populacional anual da Índia tem uma média de 1,2% desde 2011, em comparação com 1,7% nos 10 anos anteriores, de acordo com dados do governo.
A taxa de fertilidade do país tem caído constantemente, de mais de cinco nascimentos por mulher, em 1960, para pouco mais de dois, em 2020, segundo dados do Banco Mundial.
De acordo com o relatório do órgão da ONU, em terceiro lugar entre os países mais populosos está os Estados Unidos, com uma população estimada em 340 milhões de pessoas.
“Os resultados da pesquisa indiana sugerem que as ansiedades da população se infiltraram em grandes porções do público em geral”, disse Andrea Wojnar, representante do UNFPA na Índia, em um comunicado. “No entanto, os números da população não devem desencadear ansiedade ou criar alarme. Em vez disso, eles devem ser vistos como um símbolo de progresso, desenvolvimento e aspirações se os direitos e escolhas individuais forem respeitados”, disse ela.



