Sete em cada 10 consumidores compraram em sites internacionais

Pesquisa recente realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, revelou que 77% dos consumidores realizaram, pelo menos, uma compra em sites internacionais nos últimos 12 meses, totalizando 90,83 milhões de consumidores. A ausência de pagamento de tributos por parte das plataformas internacionais resulta em uma concorrência desleal, prejudicando a competitividade e o crescimento das empresas brasileiras.

O levantamento revela que, em média, os consumidores realizam 3,9 compras em sites internacionais nos últimos três meses, com um gasto médio de R$ 202 por compra. A predominância do cartão de crédito como forma de pagamento, juntamente com a pesquisa de preços em sites brasileiros antes da decisão de compra, evidencia a busca por economia, porém, muitas vezes, à custa do comércio local.

A falta de consciência sobre as taxas envolvidas nas compras internacionais é outro ponto crítico. Enquanto 88% dos consumidores afirmam verificar as taxas antes da compra, 45% admitem não ter conhecimento sobre esses encargos, o que pode resultar em surpresas desagradáveis ao receber a fatura.

Embora a satisfação dos consumidores com as compras em sites internacionais seja alta, com uma média de 4,1 em uma escala de 1 a 5, é crucial atentar para as experiências problemáticas destacadas por 21% dos entrevistados. Problemas como falta de suporte ao cliente, atrasos na entrega e produtos diferentes do anunciado indicam riscos associados a essa prática.

As desvantagens apontadas, como o tempo de entrega, risco de baixa qualidade, dificuldade para trocas e a possibilidade de taxas alfandegárias, destacam a necessidade urgente de uma reflexão coletiva sobre os impactos sociais e econômicos dessas escolhas.

Em uma avaliação de segurança contra golpes, a nota média de 7,4 revela uma confiança moderada, indicando que os consumidores estão cientes dos riscos, mas, ainda assim, optam por arriscar.

As principais razões apontadas pelos entrevistados foram: preço reduzido, economia de gastos (76%), maior variedade de produtos (48%), achar produtos raros, difíceis de encontrar ou que não estão à venda no Brasil (34%). Os principais produtos adquiridos em sites internacionais foram vestuário, calçados, acessórios (59%), acessórios para celular/tablet ou computador (37%), artigos para casa (36%) e cosméticos/perfumes (23%).

De acordo com o levantamento, em média, foram realizadas 3,9 compras em sites internacionais nos últimos três meses da realização da pesquisa. O valor gasto na última compra foi de R$ 202.

Cartão de crédito é a principal forma de pagamento. 90% afirmam que faz pesquisa de preço em sites brasileiros antes de definir uma compra em sites internacionais

O levantamento aponta que as formas de pagamento mais usuais para compras em sites internacionais são o cartão de crédito (53%) e o Pix (41%). Além disso, a maioria dos consumidores está atenta aos preços, uma vez que 90% afirmam que costumam fazer pesquisa em sites no Brasil antes de definir uma compra em sites internacionais, sendo que 54% fazem isto sempre e 36% às vezes.

Em relação à preferência dos sites, 55% preferem comprar em lojas de sites chineses, mesmo sabendo que prejudicam o comércio local. Os sites mais utilizados nas compras são Shopee (80%), Amazon (59%), Shein (54%) e Aliexpress (36%). Considerando uma nota de 1 a 5, 86% declaram-se satisfeitos em algum grau com as compras feitas em sites internacionais. Sendo 4,1 a nota média de satisfação.

A respeito da experiência de compra, 75% não tiveram problemas na última compra. Entretanto, 21% tiveram algum tipo de contratempo, sendo os principais falta de suporte ao cliente (7%), entrega fora do prazo (6%), produto diferente do anunciado/foto (4%), não recebeu o produto (4%) e receber o produto danificado ou com defeito (4%).

Questionados sobre as principais desvantagens de compra em sites internacionais, foram apontadas o tempo de entrega (49%), o risco de o produto ter baixa qualidade (36%), dificuldade para a troca (35%) e a possibilidade da compra ser barrada na alfândega, ficar presa e ter que pagar uma taxa para retirá-la (33%). Considerando uma nota de 1 a 10. A nota média de avaliação quanto ao grau de segurança contra golpes é 7,4.

O estudo ouviu virtualmente entre os dias 17 a 25 de julho homens e mulheres, com idade igual ou maior a 18 anos, de todas as classes econômicas, e que realizaram compras pela internet nos últimos 12 meses. Foram realizados 1.120 contatos em um primeiro levantamento para identificar o percentual de pessoas que compraram pela internet nos últimos 12 meses. Em seguida, continuaram a responder o questionário 880 casos, que fizeram alguma compra ao longo deste período. Resultando, respectivamente, uma margem de erro no geral de 2,9 p.p e 3,3 p.p para um nível de confiança de 95% para mais ou para menos. Foi ponderada a base total, de acordo com a população brasileira e a base de consumidores online do resultado deste estudo.

Dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) apontam que o faturamento esperado este ano é de R$ 205,11 bilhões, o que representa um crescimento de 10,4% em relação a 2023 (R$ 185,7 bilhões).

Fonte: Monitor Mercantil

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