Vinicius Júnior pressiona Uefa sobre punição por cantos racistas

Vinicius Júnior, atacante do Real Madrid,

pressionou a Uefa para que a entidade puna ps torcedores do Atlético de Madrid que entoaram cantos racistas contra o brasileiro, nesta quarta-feira (13), antes do jogo contra a Inter de Milão, pelas oitavas de final da Champions League.

O jogador foi chamado de “chimpanzé” por um grupo de torcedores no lado de fora do Estádio Cívitas Metropolitano, na capital espanhola.

“Espero que vocês já tenham pensado na punição deles, @ChampionsLeague e @UEFA. É uma triste realidade que passa até nos jogos que eu não estou presente!”, disse Vini Jr nesta quinta (14), em uma postagem no X.

LALIGA, entidade que organiza o Campeonato Espanhol, afirmou que denunciará os cantos racistas à Procuradoria de Combate ao Ódio.

“LALIGA denunciará perante a Procuradoria de Combate ao Ódio os lamentáveis cânticos racistas contra Vinicius Jr. antes do jogo de ontem da UEFA Champions League entre o Atlético de Madrid e a Inter de Milão, mesmo que o jogo seja em outra competição e mesmo que os cânticos tenham ocorrido fora do estádio. A LALIGA está muito empenhada em fazer do futebol um espaço livre de ódio e continuará combatendo implacavelmente qualquer atitude de racismo, homofobia, violência, ódio… seja qual for a competição”, disse LALIGA em nota.

Vinicius Júnior, jogador do Real Madrid, tem sido bastante vocal em sua crítica à La Liga e à abordagem da liga espanhola de futebol em relação ao racismo. Ele acusou a liga de ser complacente com incidentes racistas, ressaltando que tal comportamento se tornou normalizado na liga. Essas críticas seguem uma série de incidentes racistas direcionados a ele durante os jogos, incluindo insultos raciais vindos das arquibancadas.

O técnico do Real Madrid, Carlo Ancelotti, ecoou os sentimentos de Vinicius Júnior, sugerindo que os jogos deveriam ser interrompidos em casos de abuso racista. Ele expressou frustração pelo fato de a abordagem atual da liga parecer inadequada para lidar com esses problemas recorrentes. Ancelotti demonstrou apoio a Vinicius e enfatizou que o abuso racista não deve ser tolerado no futebol ou na sociedade.

Os incidentes provocaram reações de várias partes, incluindo o presidente da FIFA, Gianni Infantino, e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. Infantino apoiou Vinicius e recomendou um processo de três etapas para lidar com o racismo no futebol, enquanto o presidente Lula expressou solidariedade a Vinicius e pediu ações reais contra o racismo no futebol.

Apesar desses incidentes e do apelo por medidas mais rigorosas, o presidente da La Liga, Javier Tebas, defendeu as ações da liga contra o racismo, insistindo que estão fazendo tudo ao seu alcance para combater o problema. Ele declarou que a liga fez várias reclamações formais sobre abusos racistas dirigidos contra Vinicius nas últimas temporadas.

Esses incidentes e respostas destacam a luta contínua contra o racismo no futebol e a necessidade de medidas mais eficazes para proteger os jogadores e manter a integridade do esporte​

A onda de apoio a Vinicius Júnior após os incidentes de racismo incluiu vozes notáveis do mundo do futebol e além. Figuras como o ex-jogador Kaká e o ex-jogador do Barcelona, Ronaldinho, expressaram seu apoio através das redes sociais, enfatizando que o racismo não tem lugar no esporte. Essas manifestações de solidariedade destacam a importância de unir forças na luta contra o racismo, não apenas dentro dos campos, mas em todas as esferas da sociedade.

A resposta da La Liga e das autoridades esportivas aos incidentes tem sido criticada por não ser suficientemente enérgica ou efetiva. Esta situação coloca em evidência a necessidade de medidas mais rigorosas e proativas para combater o racismo no futebol. O caso de Vinicius Júnior é um lembrete poderoso de que, apesar dos avanços, ainda há um longo caminho a percorrer na erradicação do racismo no esporte e na sociedade em geral​.

Fonte: CNN Brasil