
Zanzibar: as perfumadas ilhas paradisíacas na costa da África
Desde jovens aventureiros que saltam nas águas azuis até veteranos que se envolvem em um competitivo jogo de dominó, o modo de vida aqui é simples, com grande foco em ser feliz no dia a dia
Há uma frase que os habitantes locais adoram usar em Zanzibar, que resume a vida neste arquipélago de 50 ilhas ao largo da costa da África Oriental: hakuna matata.
Significa “não se preocupe” (como os fãs de “O Rei Leão” sabem) e é um sentimento palpável desde o momento da chegada à “Stone Town”, a Cidade de Pedra, protegida pela UNESCO.
Sua localização transformou Zanzibar em um entreposto comercial vital já no século IX, quando comerciantes suaíli facilitaram a venda de ouro e marfim de toda a África Oriental a comerciantes árabes, indianos e persas.
Esta união de civilizações ajudou a lançar as bases para a diversa e vibrante cultura das ilhas hoje, antes que o domínio imperial português, omani e depois britânico mudasse ainda mais as coisas. Somente em 1964, com sua fusão com Tanganica para formar a atual Tanzânia, é que Zanzibar se tornou o lugar que conhecemos (e amamos).
A Cidade de Pedra
Lugar algum resume essa união de culturas como “Stone Town”. Suas vielas labirínticas, souks e bazares são uma prova de séculos de influência em todo o mundo. Passeando por estas ruas estreitas, esquivando-se das bicicletas, há um ar de cordialidade e simpatia.
Situado no topo de um afloramento a poucos metros da costa, num edifício tradicional com telhado de colmo, este soberbo restaurante não serve apenas alguns dos pratos de marisco mais criativos da região; também acontece de ser interrompido na maré alta.
Construído de acordo com padrões exigentes e com impacto ambiental mínimo, a oportunidade de provar o seu notável ravióli de caranguejo com espirulina e depois fazer uma rápida viagem de ferry de volta à praia para dormir, faz com que a peregrinação a este local valha a pena.
Um aroma do passado
Zanzibar é, obviamente, mais do que a sua ilha principal. A segunda maior das 50 que compõem a região é Pemba, a um voo rápido a nordeste de Unguja, também conhecida como Ilha de Zanzibar. Aqui, o comércio vital de especiarias de Zanzibar prospera. Já foi o maior produtor de cravo do mundo
Dirija pelas estradas através dos campos agrícolas e o perfume chega até o fundo das narinas – é realmente inevitável.

The Rock se tornou uma espécie de sensação no Instagram. / Patrick Mueller/Unsplash
Embora o humilde cravo possa hoje em dia ser visto como o coadjuvante do “beijinho” – que por sua vez é menos querido que o brigadeiro – em Zanzibar, ele é um ingrediente chave para famosas sobremesas locais. E na doceria do bairro “Halwa Ya Wete”, há a chance de tentar fazer esta versão do clássico do Oriente Médio, Halwa.
Misturar açúcar, ghee, água de rosas, cravo e outras especiarias locais em uma grande gamela por horas a fio ajuda a criar esta guloseima deliciosa e gelatinosa. A sobremesa é uma das favoritas tradicionais aqui.
A vida para as comunidades agrícolas de Pemba não é fácil, mas isso não os impede de aproveitá-la ao máximo, seja na fila do halwa ou no desfile anual da ilha para o “Humble Donkey”, o humilde burro, animal que continua a fazer um trabalho tão vital nos campos de Pemba.
A tropa colorida que passa pelas ruas durante este evento mágico está cheia de níveis invejáveis de energia e vigor, algo que fala de Zanzibar e do entusiasmo de seu povo pela vida. Esse sentimento também está presente em “Stone Town”. À medida que o sol se põe em mais um dia nesta bela parte do mundo, “hakuna matata” é vibrante e viva a cada passo.

Zanzibar já foi o maior produtor de cravo do mundo/ Afif Ramdhasuma/Unsplash
Os nadadores vão para a água, a população local dança pelas ruas e as paradas para café continuam agitadas. Há um entusiasmo e uma atmosfera que são simplesmente incríveis, você só quer entrar. É o que torna este canto único da África tão especial.



