Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, disse que o seu país “perderá a guerra” se o Congresso dos Estados Unidos não aprovar ajuda militar para resistir à invasão da Rússia.
“É importante abordar especificamente o Congresso: se o Congresso não ajudar a Ucrânia, a Ucrânia perderá a guerra”, afirmou Zelensky neste domingo (07/04) durante uma reunião de vídeo do grupo ucraniano de arrecadação de fundos UNITED24.
“Se a Ucrânia perder esta guerra, outros países serão atacados. Isso é um fato”, disse ele.
O aviso de Zelensky, entre os mais fortes desde que a guerra começou há mais de dois anos, vem enquanto o Congresso há meses se recusa a aprovar um pacote de ajuda para a Ucrânia, deixando Kiev para lidar com a escassez de mão de obra e munição, enquanto a Rússia ataca as cidades da Ucrânia com mísseis e testa pontos fracos ao longo da linha de frente.
O Senado dos EUA aprovou uma lei de ajuda externa de 95,3 bilhões de dólares com assistência para Ucrânia e Israel em fevereiro, mas o presidente da Câmara, Mike Johnson, se recusou a realizar uma votação sobre a aprovação do pacote para a Ucrânia.
Milhões podem morrer, alerta Zelensky
Zelensky disse anteriormente que “milhões” podem morrer na guerra da Ucrânia com a Rússia se os legisladores dos EUA não aprovarem o pacote de ajuda.
Quando a Rússia lançou sua invasão em fevereiro de 2022, pensou que levaria dias para Kiev e o resto do país em semanas. No que provou ser um erro de cálculo desastroso para Moscou, a Ucrânia repeliu o ataque inicial à sua capital e, mais tarde, em 2022, recuperou alguns dos territórios invadidos pela Rússia.
Zelensky diz que foco da Ucrânia está em proteger a cidade de Kharkiv
A Ucrânia está “maximizando os seus esforços para frustrar os planos da Rússia contra Kharkiv”, disse o presidente Volodymyr Zelensky, enquanto os seus militares elaboram planos para aumentar a protecção da cidade do nordeste que acreditam poder ser alvo de uma nova ofensiva.
“Juntamente com os nossos parceiros, estamos a trabalhar para reforçar a defesa aérea”, disse Zelensky no seu discurso diário em vídeo na noite de segunda-feira.
O foco estava “agora em Kharkiv: na situação energética e no apoio às pessoas e empresas na cidade e na região”.
Zelensky reuniu-se com altos funcionários militares em Kiev na manhã de segunda-feira para discutir novas medidas para proteger Kharkiv, que tem sido alvo de uma barragem constante de ataques aéreos russos recentemente.
“O tema principal foi Kharkiv, a defesa da cidade contra os ataques russos e a possibilidade de fortalecer a nossa defesa aérea e guerra electrónica na região de Kharkiv”, escreveu Zelensky no Telegram após a reunião do Stavka, o alto comando do exército ucraniano.
De acordo com os militares ucranianos, a próxima grande ofensiva russa poderá ser dirigida contra Kharkiv.
A Rússia ataca diariamente o país vizinho com drones e mísseis. Kiev pede mais sistemas de defesa aérea ao Ocidente para melhor proteger as suas cidades.
Além dos ataques aéreos, também ocorrem enormes batalhas de artilharia no leste e no sul da Ucrânia.
“Estamos mantendo nossas posições, o principal agora é uma logística eficiente”, disse Zelensky após a reunião com o alto comando, descrevendo a situação no front.
Além das medidas militares, também foram discutidas medidas diplomáticas, como a aquisição de novos sistemas de defesa aérea, disse o presidente.
Nas últimas semanas, Zelensky pediu repetidamente aos parceiros ocidentais sistemas adicionais de defesa aérea. Numa entrevista televisiva no domingo, ele disse que o seu país precisa de pelo menos 25 sistemas de defesa aérea Patriot dos EUA para proteger adequadamente as cidades ucranianas.
Anteriormente, uma série de ataques de drones russos causou danos nas regiões de Odessa e Mykolaiv, no sul da Ucrânia, segundo as autoridades.
Os destroços de um drone interceptado destruíram uma instalação de logística de transporte e um posto de gasolina em Odessa, enquanto uma linha elétrica foi danificada por estilhaços de drones, causando cortes de energia em 14 aldeias na região de Mykolaiv, a leste de Odessa. Não houve vítimas nos ataques.
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