Amazônia: garimpo cresceu 361% em terras indígenas de 2016 a 2022

Estudo foi feito pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia

O garimpo na Amazônia vem crescendo de forma alarmante nos últimos anos, especialmente em terras indígenas.

Segundo dados recentes, o número de áreas destinadas à mineração ilegal aumentou 361% no período de 2016 a 2022.

Impactos ambientais e sociais causados ​​pelo garimpo ilegal

Essa expansão desenfreada do garimpo tem causado sérios impactos ambientais e sociais na região amazônica, colocando em risco a biodiversidade única da floresta e afetando diretamente como comunidades tradicionais que precisam dela para sobreviver.

A exploração indiscriminada de recursos naturais está levando à devastação de vastas extensões de floresta e contaminando rios com mercúrio, prejudicando não apenas o ecossistema local, mas também a saúde das populações locais. É urgente que medidas sejam tomadas para conter esse avanço descontrolado do garimpo nas terras indígenas da Amazônia antes que seja tarde demais.

Cerca de 241 mil hectares – uma área equivalente a duas vezes a cidade de Belém, capital do Pará – é o tamanho das ocupações feitas por garimpos na Amazônia brasileira. Desse total, 25 mil hectares são áreas de 17 terras indígenas (TIs).

Os dados foram revelados nesta sexta-feira (26) por um estudo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). A prática do garimpo ilegal tem causado sérios impactos negativos no meio ambiente e nas comunidades locais que dependem da floresta para sobreviver.

A falta de fiscalização e suas consequências

Esses invasores clandestinos destroem ecossistemas inteiros em busca de ouro, sem se importar com as consequências devastadoras para flora e fauna amazônica. É urgente que medidas enérgicas sejam tomadas para combater essa atividade criminosa e preservar a maior floresta tropical do mundo.

Terras indígenas sempre foram alvo de invasões e destruição, mas os números mostram uma realidade ainda mais alarmante.

Em seis anos, o avanço do garimpo na Amazônia foi assustadoramente alto, principalmente quando se considera apenas as Terras Indígenas.

O crescimento das áreas invadidas foi 16 vezes maior do que a expansão total do garimpo, um resultado chocante até mesmo para Martha Fellows Dourado, pesquisadora da equipe.

O aumento exorbitante em algumas terras foi especialmente preocupante, como no caso da TI Kayapó que teve um crescimento impressionante de 1.339% nesse curto período. A hipótese já existente sobre o aumento da atividade garimpeira nessas regiões se confirmou de forma agressiva e impactante.

O aumento alarmante do garimpo na Amazônia é um fenômeno que tem preocupado não só os povos indígenas e comunidades tradicionais, mas também toda a população brasileira e até mesmo a comunidade internacional. Desde o início da colonização da região amazônica, o garimpo sempre foi uma atividade presente, porém seu crescimento descontrolado nas últimas décadas tem trazido graves consequências para a natureza e para as pessoas que vivem nesta região.

As ameaças à preservação da biodiversidade

Com a descoberta de novas jazidas de minérios, principalmente ouro, a procura pelo ouro se intensificou na Amazônia. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), entre 2015 e 2020 o número de áreas utilizadas para atividade garimpeira aumentou em mais de 30%, alcançando um total de quase 3 mil hectares. Além disso, estima-se que existam cerca de 20 mil garimpos ilegais na Amazônia Legal, causando um impacto devastador no meio ambiente.

Amazônia – Garimpo ilegal2

Um dos maiores problemas relacionados ao aumento do garimpo é a contaminação dos rios com mercúrio, metal altamente tóxico utilizado no processo de extração do ouro. O despejo do mercúrio nos rios causa danos irreparáveis à fauna aquática e também à saúde humana. Muitas comunidades ribeirinhas consomem peixes contaminados por mercúrio sem saber dos riscos à sua saúde.

A importância das terras indígenas na proteção da região amazônica

Além disso, o crescimento desenfreado do garimpo está gerando conflitos territoriais com as comunidades indígenas e quilombolas que vivem na região. Muitos garimpeiros invadem terras protegidas e usam de violência para expulsar os povos tradicionais de seus territórios. Além disso, a exploração ilegal de madeira e outras atividades criminosas estão ligadas ao garimpo, trazendo ainda mais impactos negativos para a Amazônia.

Além dos danos ambientais e sociais, o aumento do garimpo também tem um impacto econômico negativo. A extração mineral irregular impede o desenvolvimento sustentável da região, pois não gera impostos ou empregos regulares. Além disso, a devastação das áreas naturais prejudica atividades como o turismo e a pesca, que são potenciais geradores de renda.

Por: Redação Infoflash

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