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Artigo de Célia Ladeira – “O G-20 no Rio de Janeiro”

* Por Célia Ladeira

Enquanto o governo do Rio de Janeiro começa a se preparar para receber, no ano que vem, os representantes das 20 maiores economias do mundo, o famoso G-20, que se reunirá na cidade maravilhosa no mês de novembro de 2024, outras preocupações afligem diplomatas e membros do governo federal. O problema que se impõe é o de receber o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Para o governo Lula, Putin é o convidado que não pode faltar. Mas o que impede a vinda ao Brasil do governante russo?

Em primeiro lugar, Putin não está muito interessado em passear pelas praias do Rio ou em visitar o Cristo Redentor. Afinal, a guerra com a Ucrânia já dura dois anos e tudo leva a crer que ainda vai se estender por algum tempo, tirando o sono de Putin e significando custos econômicos e financeiros da ordem de bilhões de dólares, além da perda de armamentos e soldados. Mas o problema maior que pode impedir a vinda ao Brasil de Putin é uma lei do Tribunal Internacional Criminal, que considerou o dirigente russo culpado de crimes de guerra.

As acusações são pesadas: captura de crianças ucranianas levadas para reformatórios russos, abusos sexuais contra mulheres, mortes em massa. Tudo levantado com provas à disposição dos procuradores e diplomatas de outros países. São crimes de guerra que exigem a prisão do dirigente responsável, no caso, Putin. Os países que são signatários do Tratado ficam obrigados pela lei de prender o presidente russo. Prudente, o presidente Putin tem evitado sair de Moscou. Não comparece a encontros Internacionais e agradece os convites, mas fica em casa.

Para o presidente brasileiro, a vontade de receber um dirigente do porte de Putin é tão grande que Lula está tentando mudar a lei criminal. Abrir uma exceção, quem sabe. O tribunal é permanente e hoje tem 123 países membros, que assinaram o Estatuto de Roma, para julgar pessoas acusadas de crimes de genocídio. Funciona desde 2022, e o Brasil é membro com outros 28 países da América Latina, 25 da Europa Ocidental, 33 africanos e 19 países da Ásia, além dos Estados Unidos. O Estatuto obriga o país membro a prender em seu território quem for condenado por genocídio.

* Célia Ladeira é jornalista, professora universitária e PhD em Comunicação

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