Artigo de Célia Ladeira – “O jogo militar na Europa”

* Por Célia Ladeira

A Finlândia, um país que sempre adotou a neutralidade nas diferenças político-militares da Europa, acaba de ser aceita como país membro da Otan, a Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma aliança militar que reúne cerca de 30 países e é liderada pelos Estados Unidos.

Por que a Finlândia assumiu esta decisão? País do norte europeu com uma extensa fronteira com a Rússia, seus governantes preferiram sem dúvida resguardar a fronteira no caso de alguma invasão indesejada do seu território. Ninguém quer uma guerra com a Rússia, afirmam os dirigentes finlandeses, mas todos estão se preparando para o caso de o pior vir a acontecer.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) foi criada em 1949, ainda na esteira do fim da Segunda Guerra Mundial e no contexto de uma crescente guerra fria entre os Estados Unidos e a então URSS. São hoje 30 países membros entre europeus e os Estados Unidos e o Canadá. Seu objetivo principal é proteger cada um dos membros na hipótese de um ataque militar.

Uma das cláusulas da aliança militar ocidental é a que proíbe invasões territoriais entre os países membros e mesmo entre países fronteiriços. Na época, a então USS se organizou militarmente formando o tratado de Varsóvia, que protegia os países do leste europeu. Com o fim da União Soviética, em 1991, o tratado deixou de existir.

Mas o jogo militar continuou acirrado, com os investimentos crescentes, dos dois lados, em novas armas de guerra e inclusive em garantia de poderio nuclear. A entrada na Otan da Finlândia é mais uma peça a movimentar o tabuleiro militar europeu.

* Célia Ladeira é jornalista, professora universitária e PhD em Comunicação

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