Artigo de Célia Ladeira – “Os novos ataques: o preço que Israel paga”

* Por Célia Ladeira

Depois da trégua de oito dias para a troca de reféns, o governo de Israel voltou aos ataques diurnos e noturnos na faixa de Gaza, levando o terror à população palestina, que não tem para onde fugir. O primeiro-ministro israelense Benjamim Netanyahu andou afirmando que os ataques continuam até que Israel alcance seus objetivos. E cabe a pergunta: que objetivos são esses? Matar os palestinos? Matar os jovens e as crianças palestinas? Destruir o Hamas? Fincar a bandeira israelense em Gaza e na Cisjordânia?

Qual o preço que Israel paga pelas atrocidades que comete? Conforme analisa o jornalista Breno Altman, editor do Informativo Opera Mundi, a destruição sistemática e organizada de moradias, hospitais e gente, muita gente, na Palestina, desnuda a vertente sionista do governo israelense, naquilo que tem de pior. Só comparável ao que os Estados Unidos fizeram contra a população vietnamita, ou comparável ao genocídio dos judeus pelas tropas nazistas.

E o preço que Israel paga é alto. Em dois meses, a guerra em Gaza tem sido o assunto principal no mundo inteiro. A ponto de o presidente da França quase gritar: “parem de matar mulheres e crianças”. Populações saem às ruas pedindo o fim dos ataques aos palestinos, se manifestando em inúmeras cidades nas Américas, na Europa, na Ásia e em países árabes. Acordos que estavam sendo analisados entre Israel e países árabes, no chamado “acordo de Abraão”, voltaram para as gavetas.

O sionismo, na sua vertente mais “apartheid”, traz estampada na face o ódio entre nações, o desprezo pelos que considera inferiores, a negação de direitos fundamentais ao ser humano. Tem sido assim desde a guerra dos seis dias, quando Israel começou seu voo cego em terras palestinas. Resistir tem sido a resposta. Até quando?

* Célia Ladeira é jornalista, professora universitária e PhD em Comunicação

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