* Por Léo Ladeira
A comunicação nunca foi tão ampla e democrática. Em poucos minutos, um celular que não precisa ser de última geração nos dá acesso instantâneo a notícias do mundo inteiro, em tempo real. Podemos acessar e ter contato direto com grandes personalidades, podemos fazer pesquisas, visitar instituições de todo o planeta, ler notícias. E em muitos casos de forma gratuita.
As redes sociais trouxeram milhares de benefícios para a comunicação e para a troca de informação. Contudo, essa mesma comunicação que parece nos deixar escravos não só de aparelhos e aplicativos, também gera a sensação de perda de autonomia. Os algoritmos e suas ferramentas agressivas direcionam quase tudo o que vemos, ouvimos e lemos.
Vivemos a era das bolhas. Em um momento de grande pulverização pelo qual passa o Brasil e o mundo percebe-se que há pouco interesse real em furar as bolhas, já que as mesmas oferecem exatamente aquilo que se quer ouvir e saber.
O mundo da bolha não induz ao debate, à troca salutar de ideias e informações, ainda que divergentes. Sob a proteção dos iguais, recebe-se um bombardeio de informações cada vez mais segmentadas, que não promovem a reflexão e o debate.
Será que estaremos para sempre condenados às bolhas? Será que em um futuro próximo conseguiremos romper com elas? Certamente teóricos, pesquisadores e estudiosos estão neste momento debruçados sobre essas questões que só mesmo o tempo dirá se ocorrerão ou não.
* Léo Ladeira é jornalista e especialista em patrimônio histórico
