
Brasil é um dos países mais afetados em queda de consumo nos bares e restaurantes
Pesquisa realizada pela empresa Ticket revelou como a inflação tem impactado o poder de compra dos trabalhadores ao redor do mundo e de que forma afetou suas escolhas alimentares, bem como a oferta dos restaurantes, que precisaram se adaptar à crise. Aplicado em 19 países onde a marca atua, o estudo contou com a participação de cerca de 45 mil trabalhadores e 1.700 estabelecimentos de comida pronta.
Os resultados mostraram que a alta nos preços dos alimentos é uma realidade em todo o mundo e que já afeta 85,7% dos países desenvolvidos como França, Áustria e Bélgica. Além de levar milhões de pessoas à pobreza extrema, aumentando a fome e a desnutrição, de acordo com o Banco Mundial, o forte aumento dos preços dos alimentos também preocupa os restaurantes, que já são afetados pela mudança comportamental e de consumo das pessoas. Nesse quesito, o Brasil aparece em segundo lugar, com 65% dos estabelecimentos afirmando que tiveram impacto em seus negócios em 2022, atrás do Chile (74%) e à frente da República Tcheca (62%).
A pesquisa revelou ainda que a contribuição dos benefícios de refeição e alimentação são fundamentais para complementar a renda dos empregados. Entre os respondentes, 83% dos trabalhadores franceses, 81% dos romenos, 71% dos italianos e 50% dos brasileiros disseram que perderiam poder de compra se não recebessem benefícios da empresa em que trabalham, enquanto 63% dos belgas acreditam que teriam piores hábitos alimentares sem eles.
A pandemia também influenciou na qualidade da alimentação dos trabalhadores. Entre os respondentes, 73% disseram estar muito mais atentos à sua saúde e aos seus hábitos alimentares, e 79% gostariam de ter acesso a opções mais saudáveis nos cardápios dos restaurantes. Para a maioria, isso significa produtos frescos (67%) e a indicação sobre os componentes nutricionais (36%). As maiores expectativas foram reveladas por trabalhadores de Portugal, Hungria, Espanha, Turquia, Brasil, Chile, Colômbia, Peru e Uruguai (mais de 85%). Ao questionar os restaurantes, 61% concordam que os clientes buscam opções saudáveis, tendo o Brasil como destaque, com 70% dos respondentes afirmando isso, seguido da Espanha, com 56%. A pesquisa também destacou uma diminuição nas crenças equivocadas sobre cozinhar alimentos saudáveis. 58% dos restaurantes reconhecem que não leva mais tempo, nem é mais complicado, mas pode ser mais caro.
A pesquisa também abordou o combate ao desperdício de alimentos, tema sobre o qual 96% dos entrevistados disseram estar atentos: 81% se declararam interessados em saber quais restaurantes estão engajados nesta causa, sendo o percentual ainda maior nos países da América Latina (87%). Ainda, 75% dos proprietários de restaurantes introduziram medidas para limitar o desperdício alimentar, sendo a gestão de estoque a mais comentada, por 43% dos participantes.
Já estudo da Alelo, em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), com os novos dados dos Índices de Consumo em Supermercados (ICS) e os Índices de Consumo em Restaurantes (ICR) referentes ao segundo mês de 2023, revelou que o valor gasto em supermercados cresceu 8,3% em relação a fevereiro de 2022. Comparativamente, analisando-se os últimos dados disponíveis para o segmento de restaurantes, os índices apurados pela Fipe evidenciaram que o valor gasto nesses estabelecimentos em fevereiro de 2023, uma vez descontada a inflação no período, declinou 10,6% em relação ao resultado do mesmo mês em 2022.
Geograficamente, a apuração dos índices de consumo revela que o valor gasto em supermercados avançou em todas as cinco regiões, tendo o Sudeste com alta em +8,7%. Já com relação aos restaurantes, a queda observada no valor gasto em restaurantes foi de -9,1% para essa região.
Fonte: Monitor Mercantil



