Diante de recentes habilitações concedidas pela China, o Brasil tem agora 65 abatedouros de bovinos aptos a exportar carne bovina ao país asiático.
Segundo pesquisadores do Cepea, isso evidencia que a China quer mais carne brasileira e, para atender, as empresas vão precisar de mais animais. Motivados pelo potencial aumento da demanda e por preços diferenciados, pecuaristas também tendem a ampliar seus rebanhos direcionados a este mercado.
Em médio ou longo prazo, a produtividade e a qualidade do produto tendem a crescer; alguns recebem mais num primeiro momento, mas logo o que era diferenciado se torna o “padrão”, com deságios para quem não alcança os mesmos resultados.
No mercado, em algumas semanas, é possível que haja um aumento da procura por “boi China”, inclusive em regiões onde esta segmentação não era vista por falta de frigoríficos habilitados. Produtores respondem rápido a estímulo de preço, devendo iniciar e intensificar investimentos para obter animais para abate com idade de até 30 meses.
Há de se observar, contudo, que a demanda poderá estar concentrada nas mãos do grande comprador, a China, e essa condição gera um risco de dependência, ainda conforme pesquisadores do Cepea.
China habilita número recorde de frigoríficos
A China anunciou a habilitação de 38 frigoríficos brasileiros para exportar carne bovina, de aves e suína para lá. Esse é o maior número de plantas autorizadas de uma só vez na história.
São 24 plantas produtoras de carne bovina, oito de carne de aves e um estabelecimento de carne bovina termoprocessada. Também foram habilitados cinco entrepostos, sendo um de carne bovina, três de frango e um de suínos.
A previsão do governo brasileiro é que as novas habilitações gerem R$ 10 bilhões adicionais à balança comercial.
Em dezembro de 2023, auditores chineses visitaram 18 frigoríficos brasileiros para inspeção, sendo que três unidades já eram habilitadas. Já em janeiro, outras 29 plantas foram auditadas por videoconferência. Das 44 empresas inspecionadas, 38 receberam autorização para exportar. As demais não foram avalizadas por falta alguns documentos, apurou a reportagem.
A planta da Seara em Itajaí (SC) foi habilitada para a exportação de dois tipos de produtos, aves e suínos, e por isso é contabilizada duas vezes. A JBS foi a empresa com mais habilitações obtidas para exportar carne para a China nesta nova rodada de aprovações, com dez novas plantas habilitadas.
Ainda entre as gigantes do setor, a Minerva conseguiu habilitação para duas de suas unidades, uma em Janaúba (MG) e outra em Araguaína (TO). A Marfrig teve sua planta de Bataguassu (MS) habilitada pelos chineses, que é uma das maiores unidades da companhia. A BRF, controlada pela Marfrig, conseguiu aprovação da China para o embarque de aves pela unidade de Chapecó (SC).
China quer fortalecer cooperação
Na carta que enviou ao governo brasileiro, a China diz que “a fim de promover o registro de empresas brasileiras de carne na China e continuar a fortalecer a cooperação na área de importação e exportação de segurança alimentar entre a China e o Brasil, com a estreita cooperação entre as duas partes, a China concluiu recentemente a revisão de 44 empresas de carne recomendado pelo Brasil e aprovado na análise do documento”.
Em 2024, Brasil e China celebram 50 anos de relações diplomáticas. O mercado chinês é o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina, suína e de frango.
Novo marco entre Brasil e China
Nesta semana, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o anúncio da habilitação de 38 novos frigoríficos para exportar carnes para a China significa um marco na relação bilateral entre os dois países.
“O governo da China acaba de anunciar o estabelecimento de 38 novas plantas comerciais de carnes brasileiras para comercializar com aquele país. É um recorde histórico, um momento muito especial”, disse em postagem nas redes sociais.
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Fonte: Canal Rural
