O presidente russo, Vladimir Putin, se reuniu nesta quarta-feira (22/02) com Wang Yi, o chefe da diplomacia chinesa, em Moscou. A reunião aconteceu em um momento no qual a relação entre os Estados Unidos e Pequim voltou a estar particularmente tensa, na sequência dos incidentes com os “balões espiões” e com o “aviso” dado pelo presidente Joe Biden ao chinês Xi Jinping contra fornecer armas à Rússia para a guerra na Urânia.
“Gostaria de observar que as relações russo-chinesas estão se desenvolvendo como havíamos planejado nos anos anteriores. Tudo está progredindo, se desenvolvendo. Estamos alcançando novos marcos”, disse Putin após o encontro com Wang Yi, que dirige a Comissão de Relações Exteriores do Comitê Central do Partido Comunista da China.
“É claro, estamos esperando que o presidente da República Popular da China visite a Rússia. Já concordamos com isso antes. Entendemos que há uma agenda política interna. Mas partimos do pressuposto de que à medida que resolvermos todos os assuntos relacionados a esta agenda […] também implementaremos nossos planos de reuniões pessoais, o que dará um impulso adicional para o desenvolvimento de nossas relações”, acrescentou Putin.
A reunião entre o representante de Pequim e Vladimir Putin acontece um dia depois de o presidente russo ter anunciado, durante o discurso do Estado da Nação, nesta terça-feira, que o país ia suspender a sua participação no tratado New START com os Estados Unidos, que limitava os arsenais nucleares dos dois países. “Neste aspecto, sou forçado a anunciar hoje que a Rússia vai suspender a sua participação no tratado de armas ofensivas estratégicas”, afirmou Putin.
O tratado New START foi assinado em Praga em 2010, entrou em vigor no ano que se seguiu e em 2021, foi prolongado durante mais cinco anos. Esse tratado trava o número de ogivas nucleares que os Estados Unidos e Rússia podem deter, bem como o número de mísseis submarinos e terrestres e os bombardeiros a usar.
A Rússia tem cerca de seis mil ogivas nucleares, o que a torna o país com maior número de armas nucleares do mundo. Juntos, Rússia e EUA têm cerca de 90% do poder nuclear mundial.
