Depois de uma reunião de dois dias, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu nesta quarta-feira (01/11) por reduzir em 0,5 ponto percentual a taxa básica de juros, a Selic, fixada agora em 12,25% a.a. A queda já era esperada pelo mercado. Esta é a terceira queda seguida da taxa. As próximas reuniões do Copom devem sustentar o mesmo patamar de queda, de acordo com nota emitida pelo BC.
Sobre o corte de 0,5%, o Copom destacou que o ambiente externo mostra-se adverso, em função da elevação das taxas de juros de prazos mais longos nos Estados Unidos, da resiliência dos núcleos de inflação em níveis ainda elevados em diversos países e de novas tensões geopolíticas.
“Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário exige atenção e cautela por parte de países emergentes”.
Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica segue consistente com o cenário de desaceleração da economia nos próximos trimestres antecipado pelo Copom. A inflação cheia ao consumidor manteve trajetória de desinflação, mas segue acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta de inflação, enquanto as medidas mais recentes de inflação subjacente ainda se situam acima da meta para a inflação.
Expectativas de inflação
As expectativas de inflação para 2023, 2024 e 2025 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 4,6%, 3,9% e 3,5%, respectivamente. As projeções de inflação do Copom em seu cenário de referência situam-se em 4,7% em 2023, 3,6% em 2024 e 3,2% em 2025. As projeções para a inflação de preços administrados são de 9,3% em 2023, 5,0% em 2024 e 3,6% em 2025.
Segundo a economista da Bloomberg, Adriana Dupita: “como esperado, o BCB não mudou nem de ritmo nem de sinalização. A única mudança no comunicado foi a esperada menção à elevação dos yields americanos e às tensões geopolíticas, e a indicação de que isto pede uma especial cautela na política monetária. Este comentário abre espaço para que o BCB desvie do seu plano de cortar meio ponto a cada uma das próximas reuniões, caso o cenário internacional se deteriore.”
A redução da Selic foi vista pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) como uma medida positiva. Essa redução é considerada importante para o setor imobiliário e o acesso à moradia, uma vez que os juros altos podem impactar negativamente o custo dos financiamentos e, consequentemente, o acesso à habitação.
